Política

Vereadores de Madre de Deus começam greve de fome

Imagem Vereadores de Madre de Deus começam greve de fome
Dailton e Soró querem decisão da disputa pela Câmara do município  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 03/10/2011, às 16h23   Marivaldo Filho


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“Temos fome de justiça”. Com esse mote, os vereadores de Madre de Deus, Dailton Filho (DEM) e Antonio Carlos Soró (PSDB) iniciaram nesta segunda-feira (3) uma greve de fome, em frente ao prédio do Tribunal de Justiça (TJ), no Centro Administrativo da Bahia (CAB). O objetivo é pressionar para o julgamento da disputa pela presidência da Casa Legislativa do município, travada na 3ª Câmara Cível, sob a responsabilidade da desembargadora Dayse Lago Ribeiro Coelho.

“Só sairemos daqui com a Samu. Passaremos as noites aqui com fome porque o que está acontecendo é um absurdo. Queremos que a Justiça se posicione com urgência. A gente espera bom senso”, afirmou Dailton Filho.

Os vereadores também alegam que pessoas do Judiciário estão “trabalhando nos bastidores” para que Jerffeson Andrade vença a disputa jurídica. Os edis questionam o fato dos representantes da outra chapa conseguirem saber informações do conteúdo do julgamento, antes mesmo da divulgação no Diário Oficial.

Dailton e Soró destacam também que a decisão do juiz de Direito, Mário Soares Caymmi Gomes, que foi transitada em julgado, sem direito a recursos, foi ignorada pela Justiça.

O juiz Mário Caymmi Gomes se posicionou e enviou um documento para a desembargadora Maria da Graça Osório Pimentel Leal demonstrando a sua “perplexidade”, diante da disputa, datado de 18 de julho de 2011.

“Eu tenho, excelência, 15 anos de magistratura e nunca me deparei antes com situação parecida. E ante a singularidade do caso, não posso, com o devido respeito, manter-me calado sobre esse descalabro, sob pena de poder ser acusado, no futuro, de compactuar com isso”, diz Caymmi Gomes no documento.



 “Neg. Pedido”

Um fato, no mínimo curioso, ajudou a apimentar ainda mais a disputa jurídica. No processo, o pedido de embargos de declaração feito por Dailton tem escrito na capa, à mão: “Neg. pedido”. Na petição em que o supervisor jurídico do Banco do Brasil, Amauri Figueiredo Leal, pede que a desembargadora esclareça quem afinal é o presidente da Câmara, está mais explícito ainda o dizer: “Daisy. Neg. pedido”.


A suspeita dos partidários é de que a caligrafia é a mesma da numeração das páginas dos documentos. “Parece que os pedidos já são encaminhados com pré-indicativo de julgamento” disparou Dailton. “Queremos que o Brasil veja o que está acontecendo com a Justiça da Bahia. Isso é um absurdo”, concluiu o vereador Antonio Carlos Soró.


Fotos: Gilberto Júnior/ Bocão News

Classificação Indicativa: Livre

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