Polícia

Homem amarrado por PMs acumula passagens antigas; uma por descrição errada

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Anteriormente, o homem havia sido condenado por assalto após vítima reconhecê-lo erroneamente  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Vídeo
Cadastrado por Pedro Moraes

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Publicado em 10/06/2023, às 08h05


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A forma com que Robson Rodrigo Francisco, de 32 anos, foi detido por policiais militares, na cidade de Vila Mariana, situada na Zona Sul de São Paulo, viralizou nas redes sociais na última semana. Amarrado pelos pés, o morador de rua foi arrastado pelos agentes após suspeita de ter furtado caixas de bombons

Depois do caso, ocorrido no dia 5 de maio deste ano, ele teve a prisão em flagrante convertida para preventiva. A decisão teve origem na Justiça de São Paulo. Por outro lado, para a juíza responsável pelo caso, não há “elementos que permitam concluir ter havido tortura, maus-tratos ou ainda descumprimento dos direitos constitucionais assegurados ao preso".

Antes mesmo de ser flagrado, o suspeito cumpria pena em regime aberto, de acordo com informações do portal Metrópoles. Essa condição abrangeu passagens anteriores. Robson havia sido condenado por roubo pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) com base apenas no relato da vítima. Na ocasião anterior, ele participou de um assalto registrado na noite de 16 de junho de 2015. 

Na noite daquele mesmo dia, um motorista parou o carro em um farol vermelho na Vila Mariana, na Zona Sul de São Paulo, e foi roubado à mão armada. Por meio da internet, a vítima relatou, no boletim de ocorrência, que o ladrão era um homem “pardo”, de “olhos castanhos claros”, “cabelo encaracolado” e 1,70 metro de altura.

Com olhos escuros, Robson é preto, mede 1,75 metro e vivia em uma praça próxima ao local do roubo. Dessa maneira, o morador de rua se tornou o principal suspeito do assalto em função de outro crime. No dia 17 de junho de 2015, ele foi detido em flagrante, após se atirar contra um ciclista, pegar a bicicleta dele e tentar fazer a fuga na Avenida Pedroso de Morais, em Pinheiros, na Zona Oeste da capital.

Detalhes

Referente ao caso da bike, o suspeito recebeu liberdade provisória na audiência de custódia. Porém, no dia 29 de junho de 2015, os agentes da PM o abordaram novamente, alegaram desacato e o conduziram para a delegacia. Por estar detido, investigadores ligaram para o motorista roubado na região e relataram que “havia um cara com eles”.

Nesse momento, a vítima reconheceu o morador de rua como o autor do assalto no farol vermelho, assim como no Tribunal, quando confirmou que Robson era o responsável pelo crime. Porém, a juíza Fernanda Afonso de Almeida, da 19ª Vara Criminal do TJSP, indicou as inconsistências no relato do motorista, considerou as provas insuficientes e absolveu  Robson daquela acusação.

Ainda assim, a decisão em primeira instância foi cassada após apelação do Ministério Público de São Paulo (MPSP). Em 2016, ao julgar o caso, desembargadores do TJSP julgaram como suficiente o depoimento para condená-lo a 5 anos e 4 meses de prisão.

No caso do roubo da bicicleta, em Pinheiros, Robson foi condenado a 4 anos e 9 meses de prisão, em novembro de 2015. 

Classificação Indicativa: Livre

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