Política

Deputados da Bahia deram bolsa a políticos, empresários e parentes, diz site

Publicado em 02/03/2015, às 06h02   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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Doadores de campanha, políticos, empresários e parentes de deputados constam entre os beneficiários de bolsa-auxílio para estudantes carentes  paga pela Assembleia Legislativa entre 2011 e 2014. Segundo a Folha de S. Paulo, o programa consumiu R$ 19 milhões dos cofres baianos. Os recursos foram depositados nas contas de 3.349 alunos ou seus responsáveis.

O PRB foi o partido cujos candidatos receberam doações de beneficiários do programa. Os deputados Márcio Marinho e Tia Eron e o estadual Sildevan Nóbrega receberam, juntos, R$ 48 mil de bolsistas. O ex-deputado Deraldo Damasceno (PSL) foi o que mais ganhou: recebeu R$ 34 mil para campanha de três bolsistas que juntos, receberam R$ 14 mil de bolsa. Todos trabalhavam com o deputado e ganhavam salários entre R$ 5 mil e R$ 11 mil.

Augusto Castro (PSDB) teve R$ 15 mil em doações de um funcionário que recebeu R$ 22 mil em bolsas de estudo nos últimos três meses.

Bolsista milionário

Dentre os "estudantes carentes" está o atual deputado estadual Alex Lima (PTN), que recebeu R$ 2.500 de auxílio em 2012. Em 2014, Lima declarou ter R$ 1 milhão em bens. Ele alega ter passado por período de dificuldades financeiras.

O hoje vereador em Salvador, Luiz Carlos (PRB), recebeu R$ 7.126 do programa em 2011, situação semelhante a do candidato a deputado federal Roberto Pina (PMDB) e à Raquel Boa Morte (PSD), candidata a vice-prefeita de Caravelas (BA) em 2012.

Ainda de acordo com a investigação em parceria com o portal "Meu Congresso Nacional", parentes de políticos também receberam o benefício -  caso de Karine Pepe de Souza Leão Cavalcanti, sobrinha do vice-governador João Leão e prima de Cacá Leão, ambos do PP. Também obtiveram bolsas o irmão e uma sobrinha do ex-deputado Yulo Oiticica (PT), e uma prima e quatro sobrinhas do presidente da Assembleia, Marcelo Nilo (PDT).

Ainda constam no rol de beneficiários empresários como o dono do instituto de pesquisa Babesp, Roberto Matos. Empresa contratada por Nilo em 2014 para fazer pesquisas por R$ 130 mil, segundo a Justiça Eleitoral. 

O auxílio-estudantil foi criado em 2011. A distribuição, porém, foi suspensa a partir de 2015, após o Ministério Público da Bahia argumentar que a concessão de benefícios estudantis não é papel do Legislativo.

Publicada no dia 1° de março de 2015, às 9h15

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