Copa do Mundo

Crônica: o olhar da aflição do Brasil em campo

Vagner Souza
A estreia do Brasil terminou no empate com a Suíça  |   Bnews - Divulgação Vagner Souza

Publicado em 17/06/2018, às 20h54   Brenda Ferreira*


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O ano é 2018. Copa do Mundo na Rússia. A cada quatro anos, torcedores do mundo inteiro se entregam e literalmente vestem a camisa da seleção do coração. E não tem como falar de copa sem falar da seleção do Brasil, ou melhor, da nação brasileira de torcedores patriotas que esse time carrega. 

No dia 17 de junho deste presente ano o Brasil parou. Famílias e amigos se reuniram na tarde do domingo para acompanhar a tão esperada estreia da seleção brasileira na copa do mundo, marcada para as 15h, contra a seleção da Suíça. 

Eis que a seleção brasileira entra em campo. Olhares esperançosos e aplausos se voltam apenas para um telão instalado em um cenário que tinha como plano de fundo o Farol da Barra, um dos maiores cartões postais de Salvador. O silêncio era grande.

O jogo começou acompanhado da tensão, do desespero, da confiança, da indignação e da expectativa. Nos primeiros minutos, a seleção ameaçou fazer um gol. A indignação pelo desvio da bola era nítida: “seu filho da p..., p..., ca...lho”, gritavam os torcedores. 

E como falar do time Brasil, sem falar do “menino Ney”? Talvez até quem não goste de futebol tanto assim, tinha a convicção de que o craque ia brilhar em campo. Foi depositada tanta confiança em Neymar hoje, quanto em Messi, no jogo da Argentina contra a Islândia, no sábado (16). 

Quando tocava na bola, o menino Ney, carinhosamente apelidado por internautas, era ovacionado com gritos calorosos de “Vamos Neymar!”. Mas, mesmo com a quantidade de torcedores acreditando no atacante, os gritos não ecoaram com o volume suficiente, no final das contas.

Por falar em atacante, comemorem porque Philippe Coutinho fez o primeiro gol da partida dificílima contra a Suíça. Aos 19 minutos do primeiro tempo, a nação torcedora parecia estar aliviada e contente. Terminou o primeiro tempo e a confiança era grande. Claro, o Brasil já tinha um gol garantido.

No intervalo, fantasias, rostos pintados e roupas temáticas com os verdes e amarelos desfilavam no Farol da Barra. Dava para ver de tudo. Deficientes físicos, crianças, jovens, idosos, famílias e por aí vai. Todos com apenas um foco em comum. 

O segundo tempo mal começou e pronto. Suíça fez um gol. Foi o suficiente para ouvir “uuhhhhhh”, “não acredito!” e vários outros xingamentos que daria para fazer uma lista extensa. 

O placar de empate por 1x1 permaneceu por todos os 30 minutos que ainda faltavam para terminar. Foi um período marcado por vários lances de gols perdidos, além de Neymar, que aparentemente virou uma espécie de “saco de pancadas” do time adversário. Ele era puxado, empurrado e de quebra ainda levou uma bolada no rosto. 

A aflição da torcida não terminou por aí. A cada lance perdido, os gritos de desespero eram tão altos que, de longe, mais pareciam uma comemoração. Literalmente, aos 45 minutos do segundo tempo, o resto de esperança que os torcedores tinham em Neymar foi para a linha de fundo. Antes da cobrança da falta, a Barra toda e talvez o Brasil aplaudiu o atacante, mas o lance foi perdido. 

O jogo terminou com este empate. Torcedores mudaram as expressões de esperança para decepção. Parecia até que a Copa já tinha acabado. Mas, patriotas, deem um desconto. Ainda terão muitos momentos de tensão após a atuação da seleção brasileira neste jogo de abertura. Prepare o coração!

* Brenda Ferreira é jornalista do BNews

Classificação Indicativa: Livre

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