Justiça
O pedido da defesa de Gabriel Monteiro, ex-verador do Rio de Janeiro, de trancamento da ação penal em que ele é acusado de difamar um médico foi negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão que não autoriza a liminar ao habeas corpus solicitado foi publicada na quarta-feira (24).
A defesa de Monteiro tentou convencer a Corte de que ação penal foi abandonada pelo autor não ter comparecido a uma audiência agendada com três meses de antecedência. O mesmo pedido havia sido requerido ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), que também o negou.
O juiz observou, na decisão, que o advogado do médico compareceu à audiência e apresentou "justificativa plausível", com pedido de que o depoimento fosse colhido por videoconferência em decorrência da profissão do cliente que dificultava a sua presença física.
A análise definitiva do habeas corpus, sob a relatoria será feita pela Sexta Turma em julgamento definitivo sobre o habeas corpus.
O caso em questão ocorreu em novembro de 2021, durante a pandemia do coronavírus, quando o então vereador e sua equipe de segurança foram "fiscalizar" a atuação de médicos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Senador Camará, no Rio de Janeiro. Na ocasião, Monteiro "deu voz de prisão" e acusou publicamente o médico de não estar trabalhando no horário de seu plantão.
Monteiro está preso desde novembro de 2022, quando teve a prisão decretada acusado de estuprar uma jovem de 23 anos, que também o acusa de tê-la contaminado com o vírus HPV.
No mesmo mês, um segundo mandado de prisão foi expedido contra ele, por acusações de violação sexual mediante fraude e assédio sexual praticados contra assessores parlamentares de Monteiro, quando ele era vereador da capital carioca.
Em outubro daquele ano, o ex-parlamentar perdeu o mandato em sessão plenária na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, por 48 votos a favor e dois contra, sendo que um dos votos contrários foi dele. A motivação foi uma série de acusações, como a de filmar e divulgar cenas de sexo com uma adolescente, assédio moral e sexual contra ex-assessores e manipulação de vídeos. Com a decisão, o ex-vereador perdeu os direitos políticos por oito anos.
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