Saúde

Funcionárias do HGE acusam diretor de assédio moral

Publicado em 16/07/2016, às 14h35   Tamirys Machado


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Após um vazamento do áudio de um possível caso de assédio moral que teria sido praticado pelo diretor do HGE (Hospital Geral do Estado), André Luciano Santana de Andrade, o Sindicato de Saúde da Bahia cobrou providência do governo. O Sindsaúde emitiu uma nota solicitando “urgência na apuração da gravação que circula nas redes sociais e nos grupos de Whatsapp, na qual o diretor do HGE intimida de maneira agressiva trabalhadoras da unidade e critica o comportamento funcional dos servidores do Hospital do Roberto Santos com palavras pejorativas”, diz a nota. 
Na gravação, o homem que é chamado de diretor, conversa de forma autoritária e descontrolada com trabalhadoras que teriam sido transferidas do Hospital Roberto Santos para o HGE. Na “conversa”, ele demonstra irritação com a forma com que uma delas teria se comportado ao entrar no elevador na sua presença.
“Tenho 40 anos de casa e 14 nessa mesa. Esta casa não é a esculhambação do Roberto Santos, não pense que isso não tem comando não, porque tem. Estou aqui 24h nessa casa”, diz. “Não espere querida, porque você hoje foi muito mal educada, não é porque o elevador tem a preferência da subida (sic), se eu não saio do lado você empurra o carro em cima de mim. Eu não sou homem de mentir não. Me respeite. Eu rezei para o carro não encostar em mim, porque não ia dá no carro não”, ameaçou.  “Essa casa não é a esculhambação do roberto santos”, reiterou, novamente batendo na mesa. 
O homem continua, “quem não quer pertencer a família HGE, tchau e benção. Aqui tem regras. Não é a casa da mãe joana. Aqui faz o que é predeterminado. Aprendam, e vejam como é a nossa maneira de trabalhar porque quem não se enquadra, desce a ladeira”, ameaça. “Eu trato todo mundo com muita educação. Não vou admitir esse tipo de coisa. Se vocês vieram com vício errado daquele hospital que nem gosto de falar o nome, esqueçam. Aqui tem comando”, diz, o homem que seria o diretor do hospital, se referindo ao Roberto Santos.  
Quando uma funcionária questiona e diz que está sendo humilhada ele revida. “A gente não veio aqui para fazer esculhambação nenhuma. Quando fomos escolhidas não foi como bagunceira e sim como trabalhadora, estamos sendo muito humilhadas. Principalmente pelo senhor que é diretor chamar a gente de bagunceira”, diz a funcionária. Ele rebate “não bote (sic) palavra em minha boca. Eu falei essa palavra?.  A funcionária questiona, “você não é pai da gente”. E ele continua humilhando. “Quem é que paga o salário de vocês, querida? Chamar atenção é humilhar?”, diz. O possível diretor bate forte na mesa e enquanto uma pessoa chora, ele diz “quem sair está na rua”, ameaça. 
A informação que chegou ao Bocão News é que o caso não envolveu enfermeiros ou técnicos de saúde e sim profissionais da cozinha da unidade hospitalar. 
A Sesab informou à reportagem que determinou à Corregedoria a imediata abertura de sindicância, visando apurar e esclarecer os fatos. 
O Sindicato de Saúde afirmou que já conversou com servidores do HGE, mas ainda não conseguiu identificar as trabalhadoras envolvidas no caso, porém confirmou que “já havia recebido denúncias de outros servidores do hospital a respeito de casos de agressões verbais e assédio morais praticados pelo diretor da unidade que foram levadas ao conhecimento do secretário da Saúde, Fábio Vilas-Boas, em audiência realizada no dia 24 de maio deste ano, cobrando apuração e as medidas cabíveis”.
Publicada originalmente em 15/07 às 20h35

Classificação Indicativa: Livre

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