Cruz: Santa Casa está entregue às moscas, prefeito tira o corpo e aponta culpado
População já batiza instituição como "finada"
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Publicado em 22/06/2014, às 06h42 Caroline Gois (Twitter: @goiscarol)
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Ao passar pela frente da Santa Casa da Misericórdia da cidade de Cruz das Almas, no Recôncavo Baiano, é possível ver um cenário de abandono e descaso. Assim que a reportagem do Bocão News adentrou à cidade foi logo abordada pelo dono de uma funerária que disparou: "vocês estão atrás da finada Santa Casa? Fica logo ali", indicou o morador cruzalmense, lamentando o estado da instituição.
Há cerca de uma semana o site recebeu uma denúncia que apontava irregularidades na Santa Casa da cidade, como a falta de médicos e precariedades no atendimento. Na tarde deste sábado (21), a reportagem foi recebida pelo prefeito Raimundo Jean (PMDB), que abriu as portas de sua casa e decidiu falar sobre a situação do hospital. "As denúncias são verdadeiras. É uma irresponsabilidade e negligência", afirmou, já excluindo a culpa da prefeitura diante da situação precária da Santa Casa.
"O município não tem culpa nenhuma. Tudo isso é culpa da empresa responsável pela gestão da Santa Casa que é a APMI", reforçou o prefeito. Segundo o peemedebista são repassados da prefeitura para a empresa cerca de R$ 280 mil por mês, entretanto, médicos e funcionários estão com os salários atrasados. "Eles deixam de trabalhar e se vocês forem lá agora é capaz de não verem médico", contou o prefeito, garantindo que o hospital municipal está suprindo algumas demandas da Santa Casa, como cirurgias programadas.
"O hospital municipal não tem obrigação de receber esta demanda", pontuou. Quando questionado sobre de que forma esta situação será resolvida, Dr. Jean, como é conhecido na cidade, disse que já pediu a gestão da Santa Casa para a prefeitura. "Queremos gerir a instituição. Se não nos for passado, vamos acionar o Ministério Público", ressaltou.
Sem UTI e Neonatal, a Santa Casa hoje é um prédio sujo com apenas uma porta aberta e um funcionário na recepção que, na iminência de chegar um paciente, terá que dali pedir socorro para prestar o atendimento.
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