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Greve da PM: lei da democracia é reafirmada

Imagem Greve da PM: lei da democracia é reafirmada
“A democracia é o território do império da lei, seja qual for o conteúdo da demanda apresentada", disse Wagner   |   Bnews - Divulgação

Publicado em 05/02/2012, às 09h15   Redação Bocão News


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As Forças Armadas, a Força Nacional de Segurança, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal já estão atuando na Bahia, para reforçar a segurança pública e conter atos de vandalismo e crimes relacionados à paralisação de parte da Polícia Militar. Neste sábado (4), o governador Jaques Wagner se reuniu com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, general José Carlos Nardi, a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, e o diretor-geral da Polícia Federal, delegado Leandro Daiello, na Base Aérea de Salvador.
Para o governador, a presença do ministro e demais autoridades é uma demonstração de apoio do governo federal às medidas adotadas pelo governo da Bahia. “A democracia é o território do império da lei, seja qual for o conteúdo da demanda apresentada. Não podemos admitir que aqueles que são remunerados para dar paz e tranquilidade para o povo baiano se transformem no contrário, e eu falo de uma minoria. A maioria da Polícia Militar da Bahia, uma instituição quase bicentenária, quer ter melhores condições de trabalho, mas não pode comungar com a quebra da disciplina, da hierarquia, com a ameaça de arma em punho à população e com o esbulho do patrimônio público e privado”.
Participaram também da reunião os presidentes do Tribunal de Justiça da Bahia, Mário Alberto Hirs, da Assembleia Legislativa da Bahia, Marcelo Nilo, o secretário estadual da Segurança Pública, Maurício Barbosa, o comandante geral da Polícia Militar (PM), coronel Alfredo Castro, e outras autoridades civis e militares.
Anistia - Wagner foi enfático ao afirmar que a reivindicação de anistia para os policiais que participaram do movimento, que consta da pauta apresentada pelas associações da Polícia Militar baiana, não será atendida. “Não se trata de um ato de arrogância ou de intolerância. Se alguém depreda ônibus, carro da polícia, sai pelas ruas atirando para cima, mata moradores de rua, qualquer coisa dessas é crime independente de quem o cometeu. Ultrapassar a democracia com a violação da lei, comigo não tem acordo”. Sobre os que não foram trabalhar, o governador disse que é uma discussão a ser feita entre as tropas e respectivos comandantes.
O governador também refutou a informação de que teria mandado tropas do Batalhão de Choque e do Comando de Operações Especiais (Coe) desocuparem a Assembleia Legislativa, ordenando a retirada dos manifestantes. “As pessoas estão falando de banho de sangue. Isso só se for de lá para cá. Aliás, algum banho de sangue já foi promovido por eles”.
Em cinco anos policiais tiveram ganho real de 35% - Os praças da PM baiana já acumulam, de acordo com Wagner, em cinco anos de governo, perto de 60% de reajuste, o que representa um ganho real de cerca de 35%. “Este ano, quando nem todos os governadores e nem o governo federal garantiram o reajuste linear igual ao da inflação do ano passado, nós já garantimos na Bahia um reajuste de 6,5%”.
O governador destacou o esforço do Estado na incorporação de nove mil homens ao contingente da PM nos últimos cinco anos, na renovação da frota e na melhoria das condições de trabalho, que, para ele, ainda não são as ideais. “Continuarei, como sempre foi a minha postura, aberto à negociação, mas eu não posso ser governado por policiais militares de arma em punho. Isso é a subversão completa do estado democrático de direito. Espero que a ampla maioria da PM retorne tranquilamente à normalidade e vamos continuar, como em outros anos, negociando para a melhoria salarial e das condições de trabalho”.
Três mil militares estão à disposição do Estado
As Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), vinculadas ao Ministério da Defesa, e a Força Nacional de Segurança, vinculada ao Ministério da Justiça, disponibilizaram cerca de três mil militares no apoio às ações de segurança pública em Salvador e algumas cidades do interior da Bahia. Hoje já estão na Bahia 1,8 mil homens provenientes de outros estados e, neste sábado, desembarcam outros 700 militares federais que vão se somar a esse contingente.
O apoio federal foi solicitado à presidente Dilma pelo governador para reforçar a segurança pública no estado, colaborando com o trabalho das polícias Civil e Militar. A iniciativa, que conta com o apoio do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, visa conter os atos de vandalismo que se espalharam pelo estado, a partir da ação de uma associação não reconhecida de policiais militares. 
As tropas se deslocam por via aérea e terrestre de Sergipe, Alagoas, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Também participam das ações contingentes do Corpo de Fuzileiros Navais (Marinha) e da Força Aérea Brasileira (Aeronáutica), baseados em Salvador.
Bairros periféricos e interior do estado - Os bairros periféricos de Salvador começam a receber o reforço enviado pelo governo federal a partir da noite deste sábado, segundo o tenente-coronel Márcio Cunha, assessor de imprensa da VI Região Militar. “Estamos recebendo mais efetivo. Com a chegada destes homens, vamos ampliando nossa autonomia de atuação e chegaremos a estas regiões”. No interior do estado, o tenente-coronel disse que o trabalho está sendo feito pontualmente, com a integração de tropas do exército, das Polícias Civil e Militar e da Força de Segurança Nacional. “Em Feira de Santana, temos o nosso 35º Batalhão de Infantaria que já está atuando, com bons resultados. Paulo Afonso, Barreiras e Ilhéus também são foco de operações do trabalho em conjunto”.

Com informações da Secom

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