Política

"Bobo da corte" e "Rainha da Inglaterra" trocam acusações

Imagem "Bobo da corte" e "Rainha da Inglaterra" trocam acusações
Nilo acusa movimento de ser financiado. Rui diz que irá processá-lo  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 18/07/2012, às 15h18   Caroline Gois Twitter (@goiscarol)


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O clima esquentou e o nível baixou, na manhã desta quarta-feira (18), durante entrevista entre o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Marcelo Nilo, e o presidente da Associação dos Professores do Estado da Bahia (APLB), Rui Oliveira.
Os dois bateram boca no Programa do Bocão, na Rádio Sociedade. O apresentador Zé Eduardo os colocou, ao vivo, pelo telefone, e levantando o problema dos 99 dias de greve na rede estadual de ensino, se inicou uma sequência de acusações por parte dos entrevistados.
Marcelo Nilo fez uma grave acusação contra o sindicato, afirmando que o movimento é financiado. "Quem paga a comida deles? Três meses sem sálarios não há como ter dinheiro. Tem alguém pagando a conta. Eles fazem festa e recebem almoços de primeira. Tem alguém por trás da APLB. O dinheiro deles está bloqueado. Um dia esse dinheiro que tinham acaba e acredito que ja acabou", acusou Nilo, que disse não ter como afirmar quem é o financiador.
O presidente da Alba provocou Rui Oliveira e o chamou de 'Rainha da Inglaterra'. Segundo ele, o professor não tem força junto ao movimento. "O presidente da APLBA não comanda nada. Não tem força nenhuma", disse. 
Como resposta, Rui Oliveira ameaçou processar Nilo pela acusação da APLB ser financiada e, deu o troco, chamando-o de "bobo da corte". "Prefiro ser rei, porque me torno majestade", comparou, ressaltando que as declarações de Nilo "é coisa de quem não tem o que fazer". 
"Veja a incoerência. Ele tá pedindo a reitegração de posse, mas nunca invadimos a Assembleia, que funciona normalmente. Ele (se referindo a Rui), está atendendo a alguém", disse. 
Sobre o 'almoço de primeira', Rui disparou: "Quem banca tudo são os sindicatos. As CUTs e CTBs nos concedem quentinha, no valor de R$ 6. São solidários ao movimento. Isto tudo que Ele (Nilo) disse é uma palhaçada", retrucou.
Sem perder a chance de rebater, o presidente da Alba lançou: "Ele diz que sou da escola do professor Raimundo. E ele é um dos alunos. Todo mundo sabe de quem estou falando", disse.
No ringue
A 'briga' entre os dois começou após Nilo pedir à Justiça a saída dos docentes do prédio da Alba. "A oposição, inclusive, já ofereceu até um gabinete para eles. Lá, eles não vão mais poder ficar". 

"Ele não falou nada comigo. Soube há pouco de declarações que Marcelo Nilo teria feito sobre a saída dos professores da Assembleia Legislativa (Alba) e, caso isto seja verdade, acho que é precipitação. Espero que Nilo tenha bom senso que é algo que tem acontecido até agora", assim resumiu o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), Rui Oliveira, em entrevista ao Bocão News.
Greve
Nem a intervenção do Ministério Público da Bahia e nem a nova proposta do governo estadual fizeram com que os professores, aceitassem a proposta feita pelo governador Jaques Wagner, durante encontro realizado na quinta-feira (12), na sede do MP-BA. A negociação não avançou e a mudança nos termos da proposta foi considerada "mínima" pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), Rui Oliveira. A categoria bate o pé firme e exige que seja cumprida a Lei do Piso que estabelece reajuste de 22,22% para os educadores.
O governo se propôs a conceder aos professores licenciados, em novembro de 2012, promoção por meio de curso, com ganho de 7%, e em abril de 2013, nova promoção, também com ganho de 7%. Não convenceu.
Em meio às discussões e acusações, o que os alunos querem saber é quando as aulas  - cujo calendário já é considerado irreversível - serão retomadas. Não há mais tempo para esperar.

Foto: Gilberto Junior// Bocão News
Nota originalmente publicada às 9h

Classificação Indicativa: Livre

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