Denúncia
por Sanny Santana
Publicado em 25/04/2024, às 15h14 - Atualizado em 26/04/2024, às 12h46
Um jovem de 26 anos está internado no Hospital Aristides Maltez desde o dia 4 de abril, quando começou a aguardar por uma biópsia que só conseguiu realizar nesta quarta-feira (25).
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ATUALIZAÇÃO: A cooperativa de anestesistas procurou a reportagem e emitiu uma nota de posicionamento. Confira a matéria aqui.
Hugo Costa dos Santos foi pré-diagnosticado com osteossarcoma, um tumor ósseo maligno que acomete os ossos longos, como o das pernas e braços. No caso de Hugo, as dores afetam especialmente o seu joelho.
"Ele está acamado, só fica deitado de um lado. Sente muitas dores, até morfina já não está aliviando mais", declarou a tia do rapaz, Fátima Marques Dos Santos, de 36 anos, que vem acompanhando o caso junto a outros familiares.
Muito além da doença, a espera por tanto tempo para realizar uma biópsia afetou Hugo e sua família. O exame é imprescindível para confirmar o diagnóstico. A demora se deu por causa da falta de anestesistas no hospital.
Todas as quintas-feiras os exames de biópsia costumam ser realizados, mas, dessa vez, Hugo precisou adiar o procedimento duas vezes, tanto no dia 11, como no dia 18, visto que o Hospital Aristides Maltez enfrenta um déficit dos profissionais. A espera só acabou nesta quinta (25).
Uma fonte extraoficial informou ao BNews que o hospital sofre problemas com anestesistas desde o final de março, quando foi rompido o contrato com uma cooperativa desses profissionais.
Com isso, a unidade de saúde vem passando dificuldades em realizar procedimentos cirúrgicos, precisando diminuir drasticamente a quantidade de exames e cirurgias que necessitam de anestesia. Para realizar os casos de "vida ou morte" ou de pacientes que há muito tempo esperam por atendimento, é necessário buscar anestesistas "freelas", sem vínculo com o hospital.
A situação é tão grave, que já não se faz triagem de novos pacientes. Médicos que realizavam cerca de dez procedimentos ao dia, agora se limitam a dois ou três. Os anestesistas, que antes ocupavam o Hospital Aristides Maltez, passaram a ocupar o Hospital Ortopédico do Estado (Hoba), que teria oferecido melhores condições.
Ainda de acordo com a fonte do BNews, o rompimento do contrato se deve por causa do alto valor cobrado pela cooperativa de anestesistas. Apesar de o valor exato não ser confirmado, diz-se que se trata de um preço muito mais alto, cerca de 5 vezes maior do que o valor cobrado no último acordo, o que se torna inviável para as contas públicas, de onde vem o recurso da unidade hospitalar.
O problema se aperta cada vez mais, tanto para o hospital, como para os outros inúmeros pacientes que aguardam por um atendimento. Assim como para os familiares de Hugo, várias pessoas não têm outras opções, já que o Hospital Aristides Maltez é referência no tratamento contra o câncer.
"A preocupação é por saber que cada dia que passa o quadro só se agrava mais e mais", desabafou Fátima ao BNews, quando o jovem ainda não havia conseguido fazer o exame.
Ainda conforme a fonte extraoficial, o hospital se reúne para procurar soluções para a falta de anestesistas.
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