Política

Odebrecht e Andrade dão 'bolsa-delação' a executivos

Publicado em 28/08/2016, às 08h09   Redação Bocão News


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Empresas investigadas na Operação Lava Jato que tentam fechar ou já firmaram acordos de delação premiada com os investigadores asseguraram de dez a 15 anos de salários aos executivos envolvidos nas negociações. As informações foram divulgadas pela Folha.
Segundo o jornal, o benefício, chamado por pessoas que circulam no meio de "bolsa-delação", foi oferecido pelas empreiteiras Andrade Gutierrez e Odebrecht àqueles funcionários que se tornaram ou podem virar delatores.
O jornal afirma que tal garantia, segundo relatos de empresários desses grupos, teria dupla função: a de proporcionar segurança financeira aos que encontrarem dificuldades em se recolocar no mercado e a de dar às empreiteiras algum controle na coordenação dos depoimentos para que não se fale algo fora do "script".
A publicação afirma que a Odebrecht, que tenta um acordo com a força-tarefa de procuradores em Curitiba (PR) e com a Procuradoria-Geral da República desde março, garantiu aos cerca de 50 candidatos à delação a manutenção de empregos por pelo menos 15 anos com os salários atuais, além de ajuda para pagar multas decorrentes do processo.
Ainda de acordo com o jornal, a Andrade Gutierrez, que teve acordo homologado em abril, garantiu dez anos de salários aos 11 funcionários que fecharam delação, entre eles o ex-presidente do grupo Otávio Azevedo, que ficou quase oito meses preso. Segundo relatos de envolvidos nas negociações, Azevedo deve receber em torno de R$ 120 milhões ao longo desta década, pagamento proporcional ao que recebia quando ocupava o cargo. A estimativa foi feita com base salarial de R$ 1 milhão por mês.
A Odebrecht não quis se manifestar sobre as tratativas entre as empresas e os funcionários que negociam delação premiada. A Andrade Gutierrez afirmou, por meio de assessoria de imprensa, que tal tema diz respeito à vida pessoal de funcionários e ex-funcionários e que não é política da empresa comentá-los.

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