Política

Guerra contra CPMF pode unir oposição e governistas

Publicado em 29/08/2015, às 06h41   Aparecido Silva (Twitter: @CydoSylva)


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A intenção do governo federal em retomar a CPMF, imposto cobrado sobre transação financeira, não tem sido bem recepcionada por empresários e políticos de diversas orientações partidárias. A cobrança foi suspensa em 2007 pelo Congresso Nacional e a arrecadação era destinada ao setor da saúde pública.

Agora, a presidente Dilma Rousseff e seu ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendem a recriação da alíquota com o objetivo de aumentar a arrecadação da União. Nos cálculos da Fazenda, se a tributação for feita na casa de 0,38%, a receita aumentaria R$ 80 bilhões em 2016 e assim poderia bancar os gastos federais. Os mais críticos dizem que o governo quer compensar o prejuízo da Petrobras com a corrupção.

O deputado federal baiano, Jutahy Magalhães Júnior (PSDB), vai além e acusa o governo de querer aumentar imposto para pagar conta da eleição da presidente Dilma (PT). “O país está em recessão com aumento do desemprego e dificuldades generalizadas para as pessoas. É inadmissível defender mais impostos. Trabalharei contra este absurdo. Vamos à luta no Congresso para impedir a volta da CPMF”, bradou o parlamentar tucano.

Aliado do governo federal, o deputado Daniel Almeida, presidente do PCdoB na Bahia, também não é a favor da medida. “Eu acho inoportuno esse debate nesse momento. Não sou contra que haja uma elevação de recursos para a saúde, é necessário, mas tem que ter uma tributação mais adequada. Não é oportuno nesse momento de dificuldades, crises econômica e política. É fato, não há ambiente político”, disse o comunista.

A tendência é que o assunto seja veementemente rechaçado no Congresso Nacional. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), já declarou ser contra a volta do imposto. "Sou pessoalmente contrário a recriação da CPMF nesse momento e acho pouco provável que tenha apoio", disse o peemedebista à Folha de S. Paulo. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), que está encaminhando para fazer as pazes com Dilma, também criticou a intenção do governo. "Com a economia crescendo, você pode pensar em elevar tributos, mas com a retração, é um tiro no pé", disparou Calheiros.

Publicada no dia 28 de agosto de 2015, às 13h

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