Política

Alexandre de Moraes toma decisão sobre investigação do caso Marielle Franco

Marielle Franco - Reprodução
Prazo foi concedido pelo ministro do STF no despacho que autorizou a operação para prender acusados do crime  |   Bnews - Divulgação Marielle Franco - Reprodução

Publicado em 28/03/2024, às 08h09   Rebeca Silva


FacebookTwitterWhatsApp

Na quarta-feira (27), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), cedeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e encaminhou o caso da ex-vereadora Marielle Franco de volta à Polícia Federal (PF) para mais investigações. A PF terá um prazo adicional de 60 dias para solidificar a investigação sobre o assassinato de Marielle Franco.

Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão, foram detidos. Eles são acusados de planejar o crime e permanecerão em prisão preventiva em presídios federais.

O relatório da Polícia Federal, que serviu de base para a prisão dos irmãos Brazão, acusados de ordenar o assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, apresenta lacunas. Não há provas que confirmem as reuniões dos irmãos Brazão com o ex-policial militar Ronnie Lessa, contrariando o pacote anticrime aprovado em 2019. O relatório também não estabelece um vínculo entre a família Brazão e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, acusado de obstruir as investigações.

A dificuldade em comprovar a delação de Ronnie Lessa é atribuída pela PF ao tempo que se passou desde o crime, ocorrido em 2018, e a ações de agentes de segurança para encobrir evidências.

Como registrou a Folha de S.Paulo, a PF atribuiu as dificuldades de comprovação da delação de Ronnie Lessa ao período do crime, ocorrido em 2018, e à atuação de agentes de segurança limpar os rastros.

“Diante do abjeto cenário de ajuste prévio e boicote dos trabalhos investigativos, somado à clandestinidade da avença perpetrada pelos autores mediatos, intermediários e executor, se mostra bem claro que, após seis anos da data do fato, não virá à tona um elemento de convicção cabal acerca daqueles que conceberam o elemento volitivo voltado à consecução do homicídio de Marielle Franco e, como consequência, de seu motorista Anderson Gomes”, diz o relatório.

A Polícia Federal obteve provas que confirmam as alegações de Ronnie Lessa sobre sua relação com a família Brazão. Lessa afirmou, em depoimento, que conheceu Chiquinho e Domingos Brazão entre 1999 e 2000, através de um indivíduo chamado Macalé. Posteriormente, eles mantiveram contato semanal em um haras pertencente à família Brazão. De acordo com a PF, dois funcionários do haras confirmaram ter visto Lessa no local durante o período.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp