O clima anda esquentando no PDT baiano. Na corrida pela vaga ao Thomé de Souza e nas decisões por qual aliança deve ser feita, o que já corre nos bastidores é que até a saída do partido já teria sido levantada pelo presidente da Assembleia Legislativa da Bahia e cacique da legenda no estado, Marcelo Nilo. Segundo o colunista Jairo Costa, do jornal Correio, uma conversa ocorrida na casa do prefeito de Feira de Santana, Tarcízio Pimenta, logo após a convenção, mostra as origens do súbito endurecimento verbal adotado por Nilo.
Visivelmente contrário à probabilidade de uma composição com o DEM em Salvador, Nilo teria pedido um papo reservado com o presidente nacional do partido, o ex-ministro Carlos Lupi, simpático à ideia.
Conforme a publicação, no tête-à-tête, o presidente da ALBA esbanjou valentia. Ameaçou sair do partido e levar junto seus aliados. De acordo com um observador do encontro, Lupi reagiu um tom acima. Pediu para que Nilo o olhasse nos olhos e mandou o rebote: “Então, por que você não sai agora?”. O resultado do outro lado, segreda a fonte, foi o mais absoluto silêncio.
A Convenção
O evento do PDT realizado no domingo (10) serviu para adiar a decisão do lançamento, ou não, da candidatura própria do partido à prefeitura de Salvador. Em conversa com o Bocão News, o presidente estadual da legenda, Alexandre Brust, afirmou que já está decidido que o PDT terá candidatura própria. A conversa, entretanto, muda de tom quando se toca no nome do PT: “teremos candidatura. Mas se o PT nos der a vaga de vice, nós abrirmos Mao do candidato próprio”, salientou.
Já o presidente nacional do partido, o ex-ministro Carlos Lupi, preferiu não deixar a decisão nas mãos do PT: “não é bem aguardar a decisão do PT. No campo político precisamos viabilizar candidaturas próprias, mas nem sempre acontece. Agora, ACM Neto fez uma proposta completa. Acho que o PT tem interesses em nosso apoio. Para nós, isso seria válido se tivermos o vice e participação nos programas de governo”, afirmou Lupi.