Política
Publicado em 22/07/2021, às 10h22 Luiz F. Fernandez e Nilson Marinho
Para construir uma base parlamentar sólida no Congresso, a fim de tocar um projeto de governo sem maiores interferências, o próximo presidente terá, na condição atual, que conversar com os políticos que fazem parte do Centrão. A avaliação é do deputado federal baiano Jorge Solla (PT) em relação a uma hipotética vitória do seu candidato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ainda de acordo com ele, atualmente, é impossível ter controle absoluto sobre a agenda parlamentar, já que a maioria do Legislativo é formado por deputados que fazem parte do bloco. O Centrão é conhecido por ter integrantes dispostos a negociar apoio ao Executivo em troca de cargos.
“Eu não sou hipócrita, se a população brasileira continuar elegendo um Congresso majoritariamente conservador de direita, qualquer governo vai continuar tendo que ter permeabilidade [...] O problema não está na relação do Executivo com o Legislativo, está na eleição do Legislativo.
"O Brasil teve capacidade de escolher duas vezes um presidente como Lula e duas vezes uma presidenta com Dilma, mas não teve a capacidade, em nenhuma dessas eleições, de dar o mínimo de maioria no parlamento para que o presidente possa governar com seu programa de governo. Então, para aprovar qualquer coisa, você tem que negociar com as bases", comentou ao Bnews, nesta quinta-feira (22).
"Precisamos casar o voto nas próximas eleições para o presidente Lula, assim como para [o candidato a] o governador Jaques Wagner, [para formar] uma bancada de deputados federais que esteja com o objetivo de implementar o projeto de governo que os dois vão defender, que é a recuperação deste país”, completou.
PP e Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou nesta quinta que o senador Ciro Nogueira (PP-PI) irá assumir a Casa Civil. Ainda na avaliação de Solla, isso não tem interferência na relação política construída pela sigla com o PT aqui, na Bahia.
“Eu não acredito que isso vá ter interferência em nosso governo na Bahia, e mesmo a conformação da chapa para a próxima eleição em nosso estado. Tem um conjunto de partidos que são governo em qualquer situação. Esses parlamentares foram do governo de João Henrique Cardoso, FHC, Lula, Dilma, Temer, Bolsonaro e será, novamente, de Lula. Essa turma não tem nenhuma ressalva política-ideológica [...] Óbvio que eu sou contrário", disse o deputado.
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