Política

Deputados do PSL gastam R$ 730 mil dos cofres públicos com empresas fantasmas

Agência Brasil
Foram detectados pedidos de ressarcimento de 20 dos 53 deputados do partido de Bolsonaro  |   Bnews - Divulgação Agência Brasil

Publicado em 03/11/2019, às 07h58   Yasmin Garrido



Eleitos com base em um discurso de renovação da política, 20 dos 53 deputados do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, gastaram, ao longo de 10 meses de mandato, R$ 730 mil com serviços prestados por empresas que não existem nos endereços informados nas notas fiscais.

Somente Julian Lemos (PB) e Heitor Freire (CE) utilizaram R$ 97 mil da verba indenizatória da Câmara dos Deputados para imprimir panfletos e informativos com o balanço dos primeiros meses de mandato. No endereço da empresa apresentada à Casa funciona, na verdade, um lava jato.

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), deputado Felipe Francischini (PSL-PR), contratou, entre os meses de maio e outubro, os serviços da Look Estratégias e Marketing, que recebeu do parlamentar R$ 45 mil. No entanto, no endereço que consta na nota fiscal há uma placa de aluga-se. No local, o último inquilino foi um consultório odontológico.

Além de Francischini, os deputados Fábio Schiochet (SC) e Nereu Crispim (RS) também contrataram os serviços da empresa por R$ 12,5 mil e R$ 4 mil, respectivamente. O dono da Look, Rafael Magalhães, admitiu ao Estadão, que a firma não funciona no local da nota fiscal.

Outro que se destacou entre os que pediram verba indenizatória da Câmara foi o deputado de primeiro mandato Professor Joziel (RJ), que gastou R$ 41 mil de verba pública com a impressão de jornais na Total Gráfica e Editora. No endereço da nota funciona um salão de beleza.

De acordo com o deputado, não há a necessidade de conformidade entre a empresa e o endereço da nota fiscal. “Gerou nota? Foi aprovado pela Câmara? Se isso aconteceu, a gente não tem preocupação de ir lá ‘in loco’”, afirmou.

Campeão de gastos, o deputado Delegado Pablo (PSL-AM) pagou R$ 100 mil a um colega de partido para cuidar das redes sociais. A consultoria contratada, que não funciona no local informado em nota fiscal, foi a de Igor Cordovil, atual secretário-geral do partido no Amazonas.

Outro parlamentar que fez uso da da verba indenizatória para cobrir gastos com empresas fantasmas foi Aline Sleutjes. Por meio de nota, a Câmara dos Deputados afirmou que “não chancela qualquer ilícito” e que compete aos deputados atestar que o serviço foi prestado e que a documentação apresentada pelo prestador é autêntica e legítima.

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