Política

Tiago Correia desaprova reajuste dos magistrados “no apagar das luzes”

Márcia Guimarães
Para ele, o momento foi extremamente inoportuno  |   Bnews - Divulgação Márcia Guimarães

Publicado em 27/11/2018, às 21h13   Márcia Guimarães



Após Michel Temer (MDB) sancionar o reajuste para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o vereador Tiago Correia (PSDB), em entrevista ao BNews nesta terça-feira (27), desaprovou a postura do presidente da República. Para ele, o momento foi extremamente inoportuno.  

“Na verdade, é uma matéria bastante polêmica, principalmente no apagar das luzes de um governo bastante contestado, principalmente pela maioria popular, e que assumiu depois de um processo conturbado de impeachment. No momento em que o país passa por uma profunda crise, tanto política quanto econômica, eu acho que o aumento foi em um momento inoportuno. A gente não pode dizer que ele é ilegal, mas do ponto de vista moral, a gente acredita que ele não deveria ter sido nem apresentado no momento em que foi. Então, a gente fica bastante perplexo e aguardando o que ainda pode vir nestes últimos dias de Governo Temer”, opinou Correia. 

Para o vereador, é até difícil fazer uma correlação entre o salário mínimo e o valor que os magistrados recebem, já que a diferença é muito grande, absurda. Ele acredita que pode ser que essas alterações, principalmente relacionadas ao Poder Judiciário, mostram as dificuldades que o novo presidente vai enfrentar, principalmente na aprovação de reformas.

“Todas essas reformas, em um governo com viés militar muito forte, vão acabar cortando benefícios de todas as categorias. A gente faz uma análise de como será a receptividade desses cortes, já que afetam as categorias dos militares e do Judiciário, que já entra no governo com aumento considerável. Como eles vão recepcionar esses ajustes que vão propor medidas restritivas a todas as classes, inclusive as deles? Então, a gente acredita que o Governo Bolsonaro vai ter um trabalho muito grande pela frente, justamente pra tentar equacionar de que forma ele vai tratar todos de uma forma igual”, explicou.

Sobre a solicitação da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) de manter o auxílio-moradia mesmo com o reajuste dos salários, Correia acredita que estão aproveitando o “apagar das luzes” para tentar, ao máximo, conseguir esse pleito. Para ele, não é o momento de avaliar essas medidas, principalmente por ser “o fim de um governo complicado, contestado”.

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