Política

Só milagre faz reforma política ser aprovada a tempo para 2018, diz Lúcio Vieira

Publicado em 03/09/2017, às 15h54   Aparecido Silva


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Nesta semana, a Câmara dos Deputados entra numa fase decisiva na discussão das propostas para a reforma política. Para valer já nas eleições do ano que vem, a reforma precisa ser aprovada pelos legisladores até dia 7 de outubro. O deputado federal baiano Lúcio Vieira Lima (PMDB) é o presidente da Comissão Especial da Reforma Política e diz que só um milagre pode fazer com que os textos sejam votados e aprovados dentro do prazo esperado.

Dentre os pontos previstos na reforma estão: fim das coligações partidárias para as eleições proporcionais; criação de uma cláusula de desempenho para acesso a recursos do Fundo Partidário e ao horário gratuito de rádio e TV; implantação de um fundo com recursos públicos para financiar as campanhas eleitorais para todos os cargos; e mudança no sistema eleitoral de escolha dos deputados. Conforme estimativa do presidente em exercício da Câmara dos Deputados, André Fufuca (PP), as votações devem ocorrer entre esta segunda-feira (4) e quarta (6).

"Sou um homem de fé. O que tinha de fazer, da minha parte, eu já fiz. Já tiveram umas quatro ou cinco comissões anteriores à nossa e não conseguiram nem aprovar um relatório. Nós aprovamos um relatório e estamos esperando que a classe política tome juízo e demonstre à sociedade que nós temos pelo menos a capacidade de aprovar uma reforma política", afirmou o peemedebista em entrevista ao BNews. "Como todo homem de fé acredita em milagre, eu vou esperar até o prazo se esgotar. Se não votar nada, não vai ter mais prazo. Então, vou esperar o milagre", disse.

Para o parlamentar, na hipótese de não conseguir aprovar as mudanças, a exemplo da criação do fundo de financiamento das campanhas, o debate durante as disputas será prejudicado. "Eu aprendi na vida, por ser um religioso, que Deus dá o cobertor conforme o frio. Vamos fazer a política com o cobertor que tiver. Se não tiver dinheiro nenhum, vai ter que ter campanha. Não acho bom porque quando você tem recursos para a campanha, você está divulgando, está fazendo debate, facilita ao eleitor ter a informação para sua escolha. Mas se é isso que a mídia diz que a sociedade quer, então vamos fazer o que muita gente diz que tem que fazer: a política da sola de sapato e saliva. Agora, sola de sapato e saliva na Bahia, que é um estado do tamanho da França... depois não venham dizer que está faltando debate nas eleições, que não ouviu os candidatos, que não discutiu propostas", apontou o peemedebista.

"Eu acho que a democracia tem que ter algum tipo de financiamento, mas tudo que aparece é bombardeado. Tudo que se propõe, só se destaca os pontos negativos. Aí, não há reforma política que ande. Do jeito que vai, não tem eleição, vem a ditadura, que com certeza vai ser muito pior para o povo", previu.

Publicada originalmente em 03/09 às 6h

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