Política

Agenda econômica leva PMDB a enfrentar novo racha

Publicado em 31/03/2016, às 07h41   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



As articulações para um eventual governo do vice-presidente Michel Temer, caso a presidente Dilma sofra o impeachment, têm evidenciado novo racha dentro do PMDB. A cúpula do PMDB discute medidas de transição da economia que implicam em políticas impopulares, incluindo aumento de impostos. Segundo reportagem do jornal Estadão dessa quinta-feira (31), o debate já preocupa integrantes do partido, que temem que iniciativas desse tipo possam prejudicar o desempenho dos peemedebistas nas eleições municipais de outubro. O PMDB é o partido com maior número de prefeituras no País.
Cautelosos, aliados do vice têm desautorizado publicamente qualquer especulação sobre a política econômica e formação da equipe para a área numa eventual gestão Temer. A precaução é tamanha que eles dizem que mesmo o documento “Ponte para o Futuro” – lançado em outubro com propostas para reequilibrar as contas públicas com desindexação do salário mínimo e de benefícios previdenciários – não deve ser visto como um “Plano Temer” definitivo, justamente por causa das medidas impopulares previstas no texto.
Os peemedebistas receiam que as discussões sobre ações na economia possam retirar o apoio da população ao impeachment e alimentar o discurso do PT contra o afastamento de Dilma. A bancada petista no Congresso tem questionado o documento peemedebista.
Embora o discurso oficial seja o de que não há um programa, nos bastidores as principais lideranças do PMDB avançam na preparação de uma eventual transição de governo. Os aliados do vice têm conversado com economistas para preparar as bases de um programa mais detalhado. A tendência é que a divulgação de uma plataforma mais elaborada só ocorra em maio, caso a Câmara admita a abertura do processo de impeachment contra Dilma e o Senado posteriormente decida afastá-la do cargo.

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