Política

UTC doou R$ 5 mi a partidos para que Pessoa não falasse à CPI, diz delator

Publicado em 21/12/2015, às 12h11   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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O diretor financeiro da UTC, Walmir Pinheiro Santana, delator no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, detalhou à Procuradoria-Geral da República um acerto que teria sido feito em 2014 entre Ricardo Pessoa, dono da empreiteira, e o então senador Gim Argello (PTB-DF). Pelo acordo, o parlamentar atuaria para que Ricardo Pessoa não fosse chamado a depor na CPI da Petrobras. Conforme o Estadão, em contrapartida, Ricardo Pessoa faria contribuições em favor de pessoas indicadas por Gim Argello.

Segundo Walmir Santana, o acerto era 'um tipo de blindagem' para Ricardo Pessoa. "No início do mês de julho de 2014, Ricardo Pessoa se aproximou do declarante (Walmir Santana) e afirmou ter chegado a um acordo com Gim Argello no sentido de que ele, Ricardo Pessoa, fosse blindado em relação a CPI; que, em contrapartida, teriam que fazer doações no valor de R$ 5 milhões a pessoas que Gim Argello indicaria."

O delator explicou a transação. "No total foram pagos R$ 1,7 milhão em favor do DEM; que, em favor do PR, R$ 1 milhão; que, em favor do PMN, R$ 1,15 milhão; que, em favor do PRTB, também foram pagos R$ 1,15 milhão; que, os totais doados perfazem os R$ 5 milhões acordados com Gim Argello; que, o declarante, ao que se recorda, recebeu a totalidade dos recibos eleitorais."

Em depoimento nos dias 4, 5 e 6 de agosto à Procuradoria-Geral da República, Walmir Santana declarou que o dono da UTC disse que 'seria procurado por uma pessoa de nome Paulo Roxo, que teria maiores instruções de como proceder'. "Ainda no início de julho de 2014, Paulo Roxo esteve com o colaborador e Ricardo Pessoa, ocasião em que Paulo Roxo passou a lista do primeiro pagamento que seria realizado em 10 de julho", declarou. "Seriam feitos depósitos para o PR (R$ 1 milhão), para o DEM (R$ 500 mil), PMN (R$ 250 mil) e para o PRTB (R$ 250 mil), totalizando R$ 2,5 milhões."

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