Polícia

Policial civil é assassinado por PM

Imagem Policial civil é assassinado por PM
O sargento da PM, está sendo ouvido na Delegacia de Homicídios (DH)  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 12/09/2011, às 12h01   Alessandro Isabel/ Milene Rios


FacebookTwitterWhatsApp


Filho da vítima não entende os motivos para a morte do pai

O sargento da Polícia Militar Carlos Alberto Souza dos Santos, do Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer), matou o investigador da policial civil Domingos Ramos Soares, 62 anos, após uma discussão durante a madrugada desta segunda-feira (12), no bairro dos Barris, no Centro de Salvador.

De acordo com agentes de polícia do Hospital Geral do Estado (HGE), o investigador, que atuava na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), foi baleado nao peito por volta de 1 hora da madrugada, em frente à sede da Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador (Transalvador).
De acordo com o genro da vítima, Rui Carigé, o agente Ramos, após deixar o plantão na DRFR, teria se envolvio em um acidente com um ônibus no bairro do Comércio. Mesmo acertando todos os trâmites com o condutor do veículo, ele foi até a sede da Transalvador para registrar a ocorrência, quando funcionários teriam negado o atendimento. 

Dentro do pátio da Transalvador estava o policial mlitar, conhecido como Souza que presta serviço para o órgão e se incomodou com a insistência do policial civil em ser atendido. Ainda de acordo com Rui, o PM teria pedido para Ramos deixar o local, este se identificou que também era policial e que não precisaria receber este tipo de atendimento, Souza por sua vez teria respondido que "policial civil também apanha" em tom de irritação.

Uma testemunha que estava com a vítima no momento da discussão, disse em depoimento na Corregedoria da Polícia Civil que mesmo quando a vítima seguia de volta para o carro, o PM continuou esbravejando. Ramos teria dito que "isso não ficaria assim", foi quando o acusado efetuou diversos disparos. Quatro tiros atingiram o carro do policial civil e um dos tiros atingiu o peito da vítima. "Este foi o tiro fatal, foi a queima roupa, ele atirou pra matar mesmo, foi perto do coração" disse o genro de Ramos.

Daivison da Silva Soares, 23 anos, filho da vítima esteve na manhã de hoje na Corregedoria da Polícia Militar, no bairro da Pituba, para cobrar a prisão do PM, que esteve durante toda manhã prestando esclarecimentos. Segundo o filho, a vítima não foi levada para o hospital pelo acusado, mas sim por outros policiais que chegaram no momento.
Ainda de acordo com Daivison, a arma e documentos do pai não foram entregues no hospital, fato que dificultou a identificação do mesmo. "Se tivessem conversado com os médicos que se tratava de um policial civil, talvez ele tivesse recebido um melhor atendimento, talvez não tivesse morrido", desabafa. A vítima morreu poucos minutos após dar entrada no hospital e deve será enterrado no  enterrado ainda hoje.
Daivison disse à reportagem do Bocão News que o investigador Ramos era um exemplo para a corporação e não existe a possibilidade de ele ter atirado no sargento. "Meu pai prestou grandes serviços para sociedade. Foram três anos no Exercito, quatro anos na própria Polícia Militar e 32 anos de Polícia Civil. Ele era um policial experiente e não conseguimos admitir a versão de que ele teria tentado atirar. Isso é mentira", desabafou.
O sargento Carlos Alberto Souza dos Santos, presta depoimento na Corregedoria da Polícia Militar. O advogado criminalista Vivaldo Amaral acompanha o caso, mas ainda não se pronunciou sobre o fato. O corpo de Domingo Ramos de Souza será enterrado na tarde de hoje no cemitério Campo Santo, no bairro da Federação.
A Secretaria de Segurança Pública enviou nota sobre o caso:

A Secretaria da Segurança Pública informa que a Corregedoria da Polícia Militar e o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil estão apurando as circunstâncias do fato ocorrido na madrugada desta segunda-feira, dia 12 de setembro, nas proximidades da sede da Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador (Transalvador), no Vale dos Barris, envolvendo o sargento Carlos Alberto Souza dos Santos, pertencente ao Grupamento Aéreo da Polícia Militar (GRAER) e autor dos disparos que resultou na morte do investigador Domingos Ramos Soares, lotado na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR).

Foto: Paulo Macêdo

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp