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Relatório da Polícia Federal diz que gráfica desvia doações para políticos

Imagem Relatório da Polícia Federal diz que gráfica desvia doações para políticos
Investigação aponta que empresa usava idosas como “laranjas”  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 06/12/2012, às 17h35   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



A gráfica Soroimpress é apontada em um relatório da Polícia Federal, enviado ao procurador-geral Roberto Gurgel, como receptora de R$ 5 milhões de 85 políticos nas eleições de 2010. A representação foi usada para desviar recursos de doações de campanha.

Duas idosas estão envolvidas no esquema como “laranjas”, ou seja, pessoas “fabricadas” com documentos falsos. Uma quadrilha composta por quatro pessoas de São Paulo também estão ligadas ao esquema.

O relatório da Polícia Federal sobre o caso Soroimpress, revelado há dois anos pelo jornal Folha de São Paulo, foi enviado a Gurgel para que seja apurada a participação de políticos no esquema.
Cerca de 85 políticos de diferentes partidos buscaram os serviços da empresa, entre eles, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), a ex-governadora Ana Júlia (PT-PA) e o governador Teotônio Vilela Filho (PSDB-AL).

A investigação da PF se iniciou após denúncia do então candidato ao governo do Rio Fernando Gabeira (PV) apontando a empresa como fornecedora de Sérgio Cabral (PMDB), reeleito em 2010.
A apuração analisa apenas a contratação do peemedebista e aponta haver indícios de que o serviço não foi prestado. O órgão diz que o preço pago por 30 mil adesivos (R$ 33.450) não cobriria a confecção, plastificação, embalagem e transporte do produto.

Ainda, de acordo com a PF, os envolvidos disseram que toda a produção e o transporte foram terceirizados, o que, na análise do órgão federal, torna ainda mais inverossímil a contratação.
Quatro pessoas foram indiciadas pela polícia por formação de quadrilha e falsificação de documentos: o advogado José Roberto Castanheira Camargo, Roberto Nunes Pereira, Carlos Lima do Nascimento e Flávio Oliveira Pinhal. Todos tinham vínculos com a empresa.

A gráfica foi criada em março de 2010, faltando seis meses para as eleições, tendo como sócias duas idosas que não saíam de casa, sendo que uma tinha mal de Alzheimer. De acordo com a PF, a empresa não tinha como produzir os adesivos e distribuí-los pelos 11 estados nos quais atuaram pelo preço divulgado.

A empresa era usada para desvio de doações de campanha, segundo a PF. Os investigadores suspeitam que os adesivos não eram produzidos e os recursos teriam outro destino. O sigilo bancário da firma não foi quebrado.

A gráfica mudou de sócios e sede após o caso ser divulgado. Inclusive, um dos novos sócios não existe.

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