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DJ acusado de agredir ex-namorada tem “perfil de agressor doméstico”, afirma psiquiatra

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Psiquiatra forense afirma que dizer que tem “pavio curto” é desculpa e não isenta de culpa  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Facebook

Publicado em 09/01/2019, às 18h49   Shizue Miyazono



Após ser acusado de agredir a ex-namorada, o João René Espinheira Moreira, 33 anos, conhecido como DJ John Oliver, alegou que tem “pavio curto”, que fez tratamento e que tem, inclusive, um laudo médico. Mas, para a psiquiatra forense Denise Stefan essa é apenas uma desculpa do músico para tentar justificar o crime.

Ao BNews, ela explicou que existe o transtorno de controle dos impulsos, que é uma perturbação da saúde mental, não uma doença, mas que não parece ser o caso do DJ. “Estou falando sobre o que foi noticiado e é um padrão repetido de agressão as mulheres. Veja que ele não se envolve com discussão de trânsito com homem, ele não bate em homem, é sempre com mulheres[...] Às vezes é fácil usar isso como uma desculpa, ele sabe o que está fazendo”.

Segundo Denise, o músico tem um padrão de comportamento agressivo, não é impulso. “Ele tem o perfil do agressor doméstico: sempre culpa as mulheres, não assume a culpa, faz comentários depreciativos contra as mulheres. É um padrão repetido de agressão a mulheres, na maioria, no término do relacionamento”, explicou a psiquiatra.

“O que me chamou muito atenção é que ele diz que é um homem trabalhador e que leva uma vida normal e que isso prova que ele não é um agressor de mulher, mas é exatamente isso: os agressores de mulheres trabalham, levam a vida normal e as pessoas só ficam sabendo[das agressões] quando estoura algo desse tipo, porque em geral são consideradas pessoas respeitadas, trabalhadoras, normais, afirmou Denise.

Ainda de acordo com a psiquiatra forense, mesmo que o DJ John Oliver tivesse o transtorno de controle de impulso, não tiraria dele a responsabilidade, pois ele tem plena consciência dos seus atos.

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