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Pessoas negras e de baixa renda possuem mais problemas no acesso à energia elétrica em Maceió

Marcello Casal JrAgência Brasil
As áreas mais pobres da capital têm interrupções no fornecimento de energia elétrica 43% mais frequentes, segundo estudo do Instituto Pólis  |   Bnews - Divulgação Marcello Casal JrAgência Brasil

Publicado em 27/09/2022, às 08h25 - Atualizado às 08h25   Redação BNews


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Na população de Maceió (AL), as pessoas negras e de baixa renda são as mais atingidas por problemas no acesso à energia elétrica. É o que constata um levantamento realizado pelo Instituto Pólis, divulgado na última segunda-feira (26). O estudo compreende a utilização de marcadores de raça, classe e gênero para identificar a desigualdade na prestação do serviço.

Além disso dois indicadores considerados pela pesquisa são: Frequência de Interrupção Individual por Unidade Consumidora (FIC), responsável por indicar quantas vezes a luz foi interrompida, e Duração de Interrupção Individual por Unidade Consumidora (DIC), que exibe quanto tempo durou a maior interrupção.

Segundo os dados, nas áreas mais pobres de Maceío, com faixa salarial de até 3 salários mínimos e mais de 60% dos habitantes são negros, as falhas no fornecimento de energia são 43% mais existentes, além de 60% mais persistentes em comparação com as áreas mais ricas, de maioria branca.

Nestes mesmos setores, a frequência de paralisações é de 3,13, em média. A média municipal, por sua vez, apresenta 2,81. Quando o assunto é a duração dos cortes de energia, a média é de 4,84 horas ao ano, enquanto a média municipal abrange 4,22 horas/ano.

De forma mais ampla, nas áreas de renda média e renda alta, ou seja, 6 salários mínimos ou mais, a média alcança 2,8 interrupções e 2,96 horas de cortes ao ano. Em resumo, os indicadores figuram de forma mais favorável aos bairros Pajuçara, Ponta Verde e Jatiúca. Todos estes três têm padrão de renda mais elevado e a maioria dos moradores é branca. 

Por fim, o levantamento ainda enfatiza o risco de insegurança alimentar às pessoas mais pobres, uma vez que o estudo indica que famílias com rendimento mensal de até dois salários mínimos utilizam a energia elétrica sobretudo para a conservação de alimentos. 

A pesquisa do Instituto Pólis aconteceu no Rio de Janeiro (RJ), em Maceió (AL) e Rio Branco (AC). O estudo abrangeu informações fornecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) via Lei de Acesso à Informação (LAI), com dados desagregados por Unidades Consumidoras (UC) de quase todas as distribuidoras de energia do país.

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