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Jovem dado como morto aparece vivo após família receber cinzas; entenda

Imagem cedida por Tyler Chase ao New York Times
O primeiro sinal que Tyler teve de que ele poderia estar morto aconteceu em uma loja de conveniência  |   Bnews - Divulgação Imagem cedida por Tyler Chase ao New York Times

Publicado em 13/02/2024, às 08h50   Cadastrado por Bruno Guena


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O primeiro sinal que Tyler teve de que ele poderia estar morto aconteceu em uma loja de conveniência. Ele tinha cupons de alimentos, mas seu cartão de benefícios não funcionou. Em seguida, veio a segunda indicação, quando ele entrou em contato com autoridades do estado do Oregon, que lhe contaram que um atestado de óbito tinha sido registrado em seu nome.

Semanas depois, aconteceu um episódio mais assustador: uma urna com cinzas foi enviada para sua família e estava guardada no armário de seu primo.

Durante parte de sua vida, Chase foi usuário de drogas, sem-teto e teve os laços familiares rompidos. Além disso, uma burocracia que documentou sua morte sem impressões digitais ou a presença de qualquer parente imediato quando o corpo que se acreditava ser o dele foi cremado.

Após o incidente na loja de conveniência, os fios desse mal-entendido começaram a se desenrolar, relatando as falhas que deixaram uma família sem aviso sobre seu familiar morto e outra lamentando a perda de Chase.

Em dezembro, um policial do Departamento de Polícia de Portland apareceu na instalação de moradia provisória de Chase, querendo entender o motivo da busca pelos documentos de um homem que as autoridades haviam identificado como morto.

O jovem lembrou de ver sua foto nas mãos de um agente, com uma expressão de incredulidade no rosto dele. Segundo Chase, o principal investigador do Escritório do Examinador Médico do Condado de Multnomah o visitou para explicar o equívoco.

Alguns meses antes, outro homem do centro de recuperação havia sido encontrado morto por overdose de fentanil, com os documentos de Chase, supostamente roubada, recordou o examinador contando a ele. Chase lembrou de ter perdido seus documentos e relatou que o outro residente ser alguns anos mais velho, mais baixo e mais magro, com cabelos ruivos.

De acordo com Chase, ele tentou convencer o homem a continuar no programa, mas ele saiu. O erro de identidade aconteceu, pois o homem morto estaca com o Registro Geral (RG) e a carteira de motorista provisória de Chase. A informação foi confirmada pelo escritório do examinador médico em um comunicado à KGW8, afiliada da NBC em Portland, em janeiro.

Em razão disso, Chase perdeu contato com sua família, inclusive seu pai. Quando foram comunicados pelas autoridades de que ele havia morrido de overdose de drogas, eles tinham poucos motivos para duvidar. Sua prima Latasha Rosales, de 35 anos, fio a última familiar com quem ele teve contato.

"Lamentamos profundamente que a confusão tenha acontecido", disse o escritório do médico legista em seu comunicado. Ainda de acordo com o escritório, foi lançado uma "revisão abrangente" dos procedimentos e que, no futuro, exigiria que corpos encontrados com identificação provisória também fossem identificados por impressões digitais durante a investigação da morte.

Segundo J. Keith Pinckard, presidente da Associação Nacional de Médicos Legistas, o erro na identificação dos mortos é "bastante raro" e que localizou somente um ou dois casos em sua carreira.

A prima de Chase contou que sua família ficou arrasada, mas não espantada, quando foram comunicados de sua morte. Os parentes do jovem arrecadaram mais de US$ 1.000 para cremar o corpo, e a prima pegou a urna de cinzas em outubro, segundo ela.

Alguns dias antes do Natal, Rosales (prima de Chase) recebeu uma ligação dizendo que Chase estava vivo. Desconfiada de que se tratava de um trote, a voz feminina do outro lado da linha notou a sua desconfiança e propôs fazer uma chamada de vídeo.

"Então ela virou o telefone para meu primo. Senti como se tivesse tido uma experiência fora do corpo", lembra Rosales.

Após saber que Chase estava vivo, os primos se encontraram pessoalmente. "Senti que deveria ter feito mais depois que a mãe dele morreu. Posso apoiar ele agora, posso fazer as coisas que eu desejava ter feito antes", desabafou a prima de Chase.

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