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Vida de “macaquito” e assédio moral em resort de Imbassaí

Imagem Vida de “macaquito” e assédio moral em resort de Imbassaí
Funcionários e hóspedes do Grand Hotel Palladium tomam água de torneira  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 06/01/2011, às 11h50   Maiana Brito



Funcionários e hóspedes do Grand Hotel Palladium estão “comendo o pão que o diabo amassou”. A rede espanhola inaugurou a filial de Imbassaí em outubro e com status de cinco estrelas. Com apenas três meses no mercado regional, já caiu no conceito.

Apesar de pagar caro para ocupar um dos 654 apartamentos – a diária custa R$ 800,00 na alta estação e R$ 400,00 em baixa –, os clientes bebem água da torneira. Parece absurdo, mas de acordo com os empregados, a pessoal da cozinha é obrigado a encher as garrafas e colocar no frigobar.

Quem também pena com a má administração e o constante assédio moral do diretor-geral do hotel, Luiz Fraguas, são os funcionários, que além de água da pia, comem o que sobra das refeições dos hóspedes. “Se restar carne, a gente come, se não, almoça arroz, farofa e o que tiver. Às vezes, eles servem rabada. Mas, quem faz trabalho pesado não tem condições de passar o dia todo com a barriga vazia”, disse um dos funcionários, que não quis ser identificada.

Outro problema gravíssimo que atinge o funcionalismo é a instalação da caldeira dentro da lavanderia. De acordo com os técnicos, os equipamentos devem ficar bem longe da área de circulação, por causa do risco de explosões. Além disso, pela alta temperatura, os encarregados pela lavagem das roupas de cama, mesa e banho, passam mal. Ainda tem a questão dos geradores, que só são pagos quando a empresa ameaça pegá-los de volta.

Para o corpo funcional, Fraguas é o “câncer” da rede hoteleira. “Ele é extremamente preconceituoso e, inclusive, nos chama de macaquitos. Quem é brasileiro, negro, homossexual sofre, mesmo que tenha estudado no exterior, como muitos aqui. Ele só fala gritando e xinga o tempo inteiro. A gente, se puder, fica dias sem ir na sala dele. Ouvimos coisas absurdas e sempre somos humilhados. Até os clientes ele xinga pelas costas e critica o tempo inteiro”.

A maioria das pessoas foi trabalhar lá por apostar no projeto. “Deixamos a família e empregos certos para vir para cá, longe de tudo”. Por conta disso, muitos estão procurando outro emprego.

Espanhol, ele fica indo e voltando para o país de origem, como fez no final do ano, para renovar o visto, que garante permanência de três meses aqui no Brasil. Outros membros da rede, argentinos e mexicanos, fazem o mesmo.

Na manhã desta quarta-feira (5), um dos microônibus que faz o trasnporte dos funcionários capotou na estrada de barro que liga o alojamento ao hotel. Em uma das curvas, sob forte chuva, o veículo velho virou


Foto divulgação | site do hotel

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