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Presidente de La Liga fala em 'proteção' a Vinicius Jr. e comenta casos de racismo

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Javier Tebas fala em progresso no assunto racismo em La Liga  |   Bnews - Divulgação Guillermo Martinez/EPA

Publicado em 04/04/2024, às 17h25   Melissa Lima


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Para Javier Tebas, presidente da La Liga, “muito progresso” foi feito em relação ao racismo no futebol espanhol. Apesar disso, em entrevista a ESPN, ele admitiu que ainda há muito trabalho a ser feito diante desse tema.

Nesta quarta-feira (03), a Federação Espanhola de Futebol (RFEF) puniu o Getafe, que disputa o Campeonato Espanhol, e o Sestao River, da terceira divisão, depois de

episódios racistas em seus respectivos estádios na rodada do último final de semana.

Casos como esse têm se tornado corriqueiros na Espanha. Vinicius Jr., atacante da seleção brasileira e do Real Madrid, é o grande alvo dos racistas e se posiciona constantemente contra isso.

Segundo Tebas, a intenção de La Liga diante desse cenário é de “protegê-lo ainda mais”. Quando perguntado se a Espanha é um país racista, Tebas respondeu “Não, absolutamente não”.

Em relação as ofensas raciais que acontecem nos estádios do país europeu, o mandatário classificou os casos como “isolados”, mas não deixou de demonstrar preocupação.

"Estou preocupado com qualquer questão racista e, de fato, estamos realizando uma grande campanha contra o racismo. Não há mais cantos em estádios. Quase todos que compareciam gritavam de forma depreciativa uns com os outros por todo o estádio e erradicamos isso.

Isso existia há 10 ou 12 anos. Agora há muito mais [casos] isolados. Acredito que esses eventos que ocorreram de forma sucessiva não serão um problema contínuo em todos os jogos, longe disso, como nunca foram”.


Apesar da fala de Tebas, os casos seguem acontecendo. O último, inclusive, aconteceu poucos dias depois do amistoso entre Espanha e Brasil, que teve uma campanha contra o racismo como enfoque.

Antes da bola rolar, Vini protagonizou uma emocionante coletiva de imprensa, desabafando sobre o que sofre no país.

“Obviamente está tendo muito impacto porque é preciso saber que a maioria desses insultos também está sendo dirigida a alguém que decidiu liderar a luta contra o racismo, que é Vinícius”, disse Tebas.


O presidente então reforçou que, de sua parte, existe um eforço para defender o jogador desses ataques.

“Também é muito importante proteger esses jogadores que são formadores de opinião nessa luta contra o racismo, porque eles são os mais vulneráveis. Então é preciso estar muito em cima deles e o Vinícius sabe, tentamos protegê-los o máximo possível”, completou.

Tebas viu como positivas as últimas decisões do comitê disciplinar da Federação Espanhola. O Getafe deve fechar parcialmente sua arquibancada central por três partidas, após as ofensas dirigidas ao técnico do Sevilla, Quique Sánchez Flores, e ao jogador Marcos Acuña.

Enquanto isso, o Sestao River fechou o estádio por dois jogos depois que o goleiro do Rayo Majadahonda, Cheikh Sarr, foi alvo de torcedores da casa.

“É uma boa notícia que já estejam sendo tomadas medidas de fechamento de estádios, uma questão que já exigimos há algum tempo”, disse Tebas.

Ele disse ainda que os insultos racistas sofridos por Vini no estádio Mestalla durante uma partida de La Liga, contra o Valencia, em maio de 2023, foram um marco para uma mudança nas ações.

“O que estávamos fazendo não era suficiente”, disse Tebas. "Tínhamos que fazer mais. Tivemos que trabalhar muito mais, não só na prevenção, na detecção, nas denúncias e nos poderes que exigimos para tomar medidas... já denunciamos muitos crimes de ódio perante Vinicius e depois faremos o mesmo”.

O órgão relatou diversos desses incidentes racistas aos tribunais espanhóis, mas muitos deles foram arquivados. “Às vezes descobrimos que a promotoria considerou, bem, que esses insultos não eram grande coisa”, finalizou Tebas.

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