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Companhia árabe de investimentos abrirá bolsa no Brasil; Economista alerta para benefícios e desafios

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Economista diz que nova bolsa aumenta opções de empresas e setores, como o mercado de tecnologia e startups  |   Bnews - Divulgação Divulgação / Freepik
Verônica Macedo

por Verônica Macedo

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Publicado em 02/03/2024, às 09h12 - Atualizado às 09h14


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O estabelecimento de uma nova bolsa no Brasil tem o potencial de dinamizar o mercado financeiro nacional, que já possui solidez e um tamanho razoável, permitindo a acomodação de mais uma instituição de negociação. Resumindo, três benefícios seriam alcançados com a nova bolsa de valores, que está sendo desenvolvida pela Mubadala Capital para competir com a B3.

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Segundo o economista Yvon Gaillard, cofounder e CEO da Dootax, Yvon Gaillard, as vantagens são: maior competição, estimulando inovação; possivelmente, a B3 sentiria a necessidade de reduzir seus preços e simplificar o processo de entrada no mercado de capitais, fomentando, assim, o segmento de empresas médias no Brasil, atualmente pouco explorado.

“Atualmente, o acesso a esse tipo de captação é predominantemente desfrutado por grandes empresas, resultando em IPOs significativamente dispendiosos no Brasil. Com a entrada de um novo concorrente, as empresas médias, até então pouco exploradas pela B3, teriam mais oportunidades no mercado de capitais, contribuindo para sua diversificação”, analisa Dootax.

Mubadala, é um dos principais fundos soberanos de investimentos do Emirado de Abu Dhabi, o outro é a Abu Dhabi Investment Authority, que se encontra organizado sob a forma de uma holding de propriedade estatal dos Emirados Árabes Unidos com origens em companhias fundadas na década de 1980.[2]

A holding foi criada em 2017 após a fusão entre a Mubadala Development Company (agora Mamoura Diversified Global Holding) e a International Petroleum Investment Company (IPIC).

A Mubadala é um investidor que aloca capital em uma variedade de ativos, setores e regiões para o benefício dos Emirados Árabes Unidos. A rede aposta, estrategicamente, no mundo inteiro, incluindo as terras brasileiras, pois, a escala e o potencial de retorno do país o tornam o local mais atraente da América do Sul, como já afirmou em várias reportagens o CEO do Mubadala Capital no Brasil, Oscar Fahlgren.

De acordo com o economista, o mercado de capitais brasileiro, atualmente centrado em grandes empresas, limita as opções dos investidores em termos de acesso a boas ações e rentabilidades. Com a introdução de um novo participante, provavelmente impulsionando a competição, haveria um aumento nas opções de empresas e setores, como o mercado de tecnologia e startups. Diferentemente do mercado americano, atualmente as startups de porte médio não têm acesso a esse mercado.

Para o cofounder e CEO da Dootax, com a presença de um novo player, empresas com crescimento acelerado teriam um acesso facilitado a essa forma de captação, beneficiando os investidores ao potencializar a rentabilidade. Em última análise, o sentido econômico do movimento reside no crescimento econômico do país. Ao adicionar mais uma opção nesse setor, com um novo participante, haveria um aumento na quantidade de empresas e no potencial de crescimento, impulsionado pela competição e pela maior quantidade de investidores com acesso a esse mercado.

Desafios a serem superados

“No entanto, enfrentamos diversos desafios. Cito três aqui. O primeiro é a liquidez inicial, exigindo um volume de investimento substancial, um desafio que pode ser superado pela Mubadala, dada sua considerável capitalização. A regulamentação é, provavelmente, o maior desafio para seu estabelecimento no Brasil, podendo retardar ou até desencorajar sua entrada no mercado brasileiro”, explica Yvon.

O especialista também salienta que a atração de grandes players para seu mercado e as migrações entre bolsas de valores são questões ainda pouco claras, especialmente no contexto brasileiro, onde não se vislumbra um processo de transição fácil para grandes players migrarem da B3 para a nova bolsa.

Ele finaliza a análise, ao esclarecer que esse “é um processo que requer análise cuidadosa para superar esses desafios. Em linhas gerais, concluindo, acredito que este é um movimento altamente positivo para o Brasil, com elevada probabilidade de sucesso, especialmente com a participação de um player global, detentor de potencial e histórico, capaz de explorar mercados ainda pouco desenvolvidos no país. Vejo com otimismo os próximos capítulos desse desenvolvimento”.

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