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Associação oferece serviços gratuitos para crianças e adolescentes no espectro autista na Bahia

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Profissional explica como criou a associação e como lida com as mais de 100 crianças e adolescentes no espectro autista  |   Bnews - Divulgação Arquivo pessoal

Publicado em 09/01/2024, às 23h13 - Atualizado em 10/01/2024, às 19h37   Cadastrado por Victória Valentina


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O sonho de viver para ajudar o próximo motivou a neuropsicopedagoga Mônica Santos, de Jacobina, no centro-norte da Bahia, a largar seus outros empregos e fundar uma associação, completamente gratuita, que oferece suporte para crianças e adolescentes no espectro autista.

A Associação de Inclusão e Atendimento Multidisciplinar a Famílias Atípicas (AIAMFA) surgiu há três meses, mas já faz uma enorme diferença na vida dos moradores de Jacobina e de outros cinco municípios próximos. No local, há suporte para oito especialidades diferentes, como psicopedagogia, psicomotricidade e assitência social. Todos os os profissionais trabalham de forma voluntária.

Em conversa com o BNews, Mônica contou que tinha uma empresa, em um espaço bem pequeno, onde fazia atendimentos de psicanálise, mas que se desfez de tudo para atender as crianças atípicas, principalmente as que moram na zona rural.

"Eu sabia que ia ser difícil porque eu ia ficar sem ganhar. Meu esposo trabalha, ele ganha o salário, e o dinheiro que a gente tinha a gente fez a associação. Alugamos um galpão, nós pagamos o aluguel e todas as despesas são nossas. Todas as 100 mães têm filhos autistas de nível severo, de comer fezes, de colocar a mão no fogo", disse.

A partir da ideia inicial, Mônica e o marido buscaram profissionais que poderiam atender de forma voluntária. As crianças e adolescentes recebem atendimento de nuticionista, psicanalista, psicopedagogo, neuropsicopedagogo, psicomotricista e um psiquiatra.

"Nosso espaço é alugado, a gente não tem dinheiro para pagar esse mês. O aluguel custa R$ 800. Estamos até devendo o pintor. Eu não consigo apoio. A gente precisa de divisórias [para as salas] e não tem, a gente precisa de dinhero para pagar o aluguel e não tem, sendo que a instituição é judicialmente registrada e declaração municipal em dia", explicou.

Mônica explicou que organiza os atendimentos por agendamento, cerca de oito pacientes por dia. "Minhas pacientes são fiéis, são meus presentes. Como trabalho com depressão e ansiedade, eu também ajudo as mães. Tinha esse sonho delas serem atendidas e não pagar nada", contou, emocionada.

Por fim, a profissional garante que luta por apoio financeiro, para conseguir manter o espaço de pé, que garante uma melhor qualidade de vida para os pequenos. Contato deve ser feito através do Instagram da associação, @aiamfaoficial.

Classificação Indicativa: Livre

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