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Faltando uma semana para carnaval, Barra vira ponto de acampamento para ambulantes; entidades se manifestam

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Acampamentos dos ambulantes tem gerado reclamações dos moradores da Barra  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Leitor BNews
Douglas Santana

por Douglas Santana

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Publicado em 01/02/2024, às 20h58


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Novamente, os moradores que residem no entorno do circuito Dodô (Barra/Ondina) reclamam da presença dos ambulantes que vão trabalhar no Carnaval de Salvador neste ano. Falta exatamente uma semana para o início oficial da folia momesca na capital baiana, contudo as ruas já estão ocupadas pelos ambulantes, acampados para assegurar uma boa vaga.

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Nesta semana, leitores do BNews flagraram a presença de acampamentos realizados pelos ambulantes no passeio central da Avenida Oceânica, perto da praia de Ondina. A prática é antiga, onde os trabalhadores dormem por dias no circuito da festa com o objetivo de não perder espaço durante a folia, inclusive, eles pintam o chão para demarcar as vagas.

Uma moradora que costuma fazer exercícios físicos no calçadão da Barra reclamou dos transtornos causados pela presença antecipada dos ambulantes nas ruas do circuito Dodô. Ela relatou que “a orla está insalubre, tem gente jogada no chão por todo lado”. Além disso, a mulher também notou que há muita sujeira, além da poluição visual causada pelas demarcações com tinta.

Poder público ainda não encontrou as soluções

Para o carnaval deste ano, 4.110 ambulantes foram previamente cadastrados de forma online através da plataforma montada pela secretaria municipal de Ordem Pública (Semop). A reportagem do BNews entrou em contato com Waltson Campos, diretor da Associação dos Moradores e Amigos da Barra (Amabarra).

Ele afirma que essa prática é bastante comum nos dias que antecedem o carnaval e que a Prefeitura de Salvador está ciente desse comportamento dos ambulantes. Contudo, nem a gestão municipal e o poder público conseguiram encontrar uma solução para amenizar o que ele classifica como “problema social”.

A associação lamenta pela maneira como essas pessoas são tratadas e pela falta de empatia dos responsáveis pela festa (empresários do carnaval, gestores públicos, artistas, patrocinadores e afins) com esse tema. A dignidade destas pessoas é completamente anulada nesta festa. A Amabarra já pontuou esse tema, cobrando soluções em diversas reuniões com secretários municipais, com a câmara municipal, com o Ministério Público, mas infelizmente sem êxito”, disse Waltson.

Secretaria se manifesta sobre os acampamentos

O BNews também procurou a secretaria municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre). Em contato conosco, o titular Júnior Magalhães informou que as equipes da pasta “já realizam o monitoramento do território, fazendo a busca ativa diariamente nos locais”. Além disso, existem técnicos para orientar os ambulantes.

Leia a nota:

“A equipe de Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS) da Sempre, que já realiza o monitoramento do território, faz busca ativa diariamente nos locais, e identificou que as pessoas não estão em situação de rua. Elas possuem residência, irão trabalhar como ambulantes no Carnaval, e estão ali para tentar garantir o espaço para venda de produtos durante as festas.

Os técnicos também orientam e sensibilizam as pessoas sobre a situação de vulnerabilidade e risco social que se encontram, e informam sobre os programa e benefícios socioassistenciais disponibilizados pelo município, para aqueles que estão em situação de pobreza e extrema pobreza, público dos serviços da Secretaria”.

Por fim, a secretaria municipal de Ordem Pública (SEMOP) também foi procurada pela reportagem do BNews, mas não obtivemos retorno. Mas, no outro caso onde os ambulantes foram flagrados acampando em Ondina, a pasta afirmou que considera desnecessário esse comportamento dos trabalhadores. 

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