Após um ano, tragédia no Barro Branco reúne ex-moradores em reivindicação

Diferente de como a capital baiana amanheceu na manhã desta quarta-feira (27), o 27 de abril de 2015 ficou marcado pelas fortes chuvas e pelo terceiro deslizamento do Barro Branco no bairro do San Martin em Salvador.

Um ano após a tragédia, alguns moradores se juntaram para reivindicar a falta de assistência por parte da prefeitura e relembraram momentos do desastre.

Rubens Ferreira, morador do bairro há 44 anos, acompanhou o momento do acidente. "Eu estava na janela da minha casa quando tudo aconteceu. Ainda tive a frieza de chamar minha mulher, para que ela pudesse ver as casas que estavam de pé e em um minuto, no chão", conta. 

Indignado com a falta de compromisso da prefeitura, Rubens diz que a gestão municipal não cumpriu tudo que prometeu. "Nos disseram que a indenização viria até 30 dias depois do acontecido e até hoje nada".

Divididos entre homenagens e reivindicações, os ex moradores da região destacaram a quantidade de famílias que habitavam nas 16 casas que sofreram com as fortes chuvas. O local já estava sob alerta após ter sofrido mais dois deslizamentos anteriores ao de abril do ano passado, mas a maioria das pessoas  permaneceu na área.

O então morador do bairro de Ipitanga, José Mário Santos, de 44 anos, já morou no Barro Branco e deixou sua casa logo após o acontecido. José Mário conta que a afliçao do momento só não foi maior porque nada aconteceu com sua filha, que estava em casa no momento da tragédia. "Ela chegou a descer com o barro". 

Sobre cobrar a prefeitura, José Mário justifica: "parece que somos 'Zé Ninguém', já não basta o sofrimento e ainda temos que esperar uma solução sobre indenização e construção de outras casas. Querem colocar a gente no Curuzu, numa região mais perigosa que essa. A gente tem que cobrar, já sofremos demais as perdas".

Nevolanda Bonfim, de 48, conta que, mesmo morando nas proximidades da área e não exatamente onde ocorreu o acidente, se juntou aos vizinhos que se solidarizaram com a situação. "Doamos comida, alguns faziam as refeições dos responsáveis pela busca para que fosse feita o mais rápido possivel, sem parar. Mesmo de longe a gente sente".

A prefeitura afirmou que as famílias atingidas estão sendo atendidas.

Confira vídeo: