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Em entrevista, Bell Marques explica como enfrentou paredão da crise econômica

Publicado em 23/02/2017, às 13h25   Tony Silva


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A crise financeira que atinge o Brasil chegou ao Carnaval de Salvador com força o suficiente para deixar blocos de fora da folia e fazer vendas de abadás e camisas de camarotes despencarem. Mas, na cidade da maior festa a céu aberto do mundo, o otimismo sobrevive diante das adversidades. Um exemplo é o cantor Bell Marques, uma das principais atrações da festa momesca da capital baiana. Durante cerimônia de abertura oficial da folia, na noite desta quarta-feira (22), ele conversou com a reportagem do Bocão News e comentou o cenário adverso para o carnaval em tempos de crise econômica.

“Essa crise balançou muito as estruturas do país, obviamente ela cai dentro do Carnaval. Mas uma coisa bacana que a gente pode perceber. A gente tem essa sensação e a própria prefeitura tem essa sensação, de que nós vamos receber muito mais turistas em Salvador do que nos anos anteriores", avalia.

Se a antecipação do Carnaval foi motivo de críticas para alguns, para Bell foi positivo. “Isso vai atraindo mais pessoas com antecedência para o Carnaval. Nos outros anos, acabamos recebendo pessoas na sexta-feira de Carnaval, mas se você observar, o Furdunço já traz gente desde o domingo anterior porque a cidade está movimentada em torno disso. Então, para a cidade, o Carnaval veio inovando e se preparando para fazer uma coisa bacana para não deixar a cidade numa crise, pelo menos na crise da alegria”, comentou.

Após vendas de abadás esgotadas, Bell deu a receita para a sobrevivência. “As pessoas se adaptaram, criaram, inovaram e eu acho que isso foi o que vim fazendo desde o começo do ano, ao chegarmos e encaramos um paredão de crise que o Brasil está encarando. Então, eu vim trabalhando muito com minha equipe, trabalhando com o pessoal do Camaleão, com o pessoal do “Vumbora”, para que a gente chegasse nesse momento e pudesse distanciar um pouco como nós fizemos. Nós temos os blocos esgotados, nós temos um Carnaval na mão, nós temos uma equipe preparada para fazer essa festa ser melhor que a gente podia apresentar nesse momento. Eu acho que tudo isso valeu a pena, nós vamos ter um belíssimo Carnaval” ponderou.

O cantor ainda lamentou pelos blocos que não saíram e as vendas negativas de abadás e camarotes, mas ainda assim conseguiu olhar de forma positiva para a crise. “Infelizmente, os blocos venderam pouco, outros não saíram, mas isso é bacana também por que as pessoas se preparam para o ano que vem e se reinventam. Acho que tudo isso vai criar novas motivações”, pontua.

Sobre o tema do Carnaval, Bell fez questão de fazer uma analogia com a musicalidade baiana. “Eu achei esse tema ‘Cidade da Música’ muito bacana eu acho que é um tema muito positivo, é verdade isso, nós somos os reis da música e os reis das ruas na música”.

Bell Marques diz que investiu em qualidade para não perder o folião. “Uma coisa que sempre fiz na vida foi dividir o ganho com investimento. A gente investe muito, nós procuramos sempre oferecer o melhor para o folião. Nós oferecemos tudo de melhor que a gente pode. A gente não faz conta quando quer oferecer as coisas boas para as pessoas. Os nossos blocos sempre têm grandes referências, os nossos trios elétricos sempre têm grandes referências de som, de beleza, de iluminação, de beleza e de tudo”, explicou.

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