Que calor! Saiba quais raças de cães sofrem mais no verão e como amenizar a situação

O verão de 2023 promete trazer temperaturas elevadas, e não são apenas os seres humanos que sentirão o impacto do calor intenso. Nossos cachorros e gatos também enfrentam desconforto devido às altas temperaturas.

Em entrevista ao BNEWS PET, a coordenadora do curso de medicina veterinária da Uninassau, Alessandra Bispo, alerta que algumas raças de cães são mais sensíveis ao calor e podem enfrentar dificuldades durante o verão.

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Segundo a veterinária, os animais de longa pelagem ou na cor escura sofrem no calor, além dos goldens retrievers ou huskys. Alessandra acrescenta que raças que tendem a sofrer mais com as altas temperaturas são as mais jovens e enérgicas, e as raças de cães braquicefálicos, cabeça de formato ‘achatado’ e o focinho de tamanho ‘encurtado, como pug, shih-tzu, boxer e buldogue e gatos persas.

“Os cães dependem da respiração ofegante para perder calor e essa respiração envolve a passagem do ar para dentro e fora das vias nasais. Cachorros com menor área de superfície no focinho, o que dificulta a perda de calor. Animais de estimação com problemas cardíacos, sobrepeso, muito jovens ou muito velhos podem ser igualmente vulneráveis”, pontua.

De acordo com a veterinária, esses bichos podem emitir sinais de estresse térmico, como superaquecer rapidamente, levando à exaustão por calor e insolação. Por isso, ela alerta que é importante tomar cuidado com a desidratação. O pet deve ter acesso constante à água fresca e deve ser hidratado durante os dias quentes".

"Quando falamos dos pets, essa temperatura pode ser um pouco mais elevada: tanto para os cachorros quanto para os gatos, a temperatura pode ficar entre 37,2 a 39 graus", explica.

Como amenizar o desconforto do pet no calor?

A especialista orienta que algumas medidas podem ajudar o animal nesse período. Entre elas, oferecer um local fresco e sombreado para os bichanos descansarem.

“Mantenha sua casa bem ventilada. Se você não tem ar-condicionado, utilize ventiladores ou deixe as janelas abertas para permitir a circulação do ar. Evite passeios em horários muito quentes, não saia entre às 10h e 15h ou antes e depois desse horário se estiver muito calor. Passeios em praias ou parques: procure locais com sombra, água fresca e ventilação para os pets”, alerta.

Também entrevistado pelo BNEWS PET, o médico veterinário Fernando Oliveira também orientou que os donos usem produto repelente contra pulga e carrapato nos animais. "Nesse período eles [insetos] estão em alta reprodução, então aí eles estão procurando seus hospedeiros. Os cães, principalmente, sofrem com isso", informa.

O cuidado com a hidratação deve ser maior. A veterinária aconselha a usar um recipiente maior ou colocar mais de um pela casa, para que o animal possa se manter sempre hidratado. E, ao sair de casa, o tutor deve sempre levar uma garrafinha de água para refrescá-lo, respeitando os limites do seu animal, e ficando atento a toda alteração de comportamento. Se o pet apresentar qualquer sinal de mal estar é importante que o veterinário seja imediatamente procurado.

Para o dr. Oliveira, outra orientação de suma importância tem relação com bebedouros comunitários, que devem ser evitados pelos pets. "Você não sabe se o cão que bebeu antes tinha alguma patologia, e aí o seu cão vai beber e pode adquirir a patologia que o cão anterior tinha", explica. Com isso, é recomendável que seja utilizado o próprio bebedouro ou vasilinha de água.

Questionada sobre a alimentação dos animais de estimação, a especialista comenta que é normal que o bicho coma menos no verão ou opte por se alimentar no período da noite, quando as temperaturas estão mais amenas e ele se sente mais confortável. Para manter o pet saudável, a veterinária aponta que o tutor pode alimentar o amiguinho em um horário mais fresco, com uma temperatura mais amena.

Problemas de saúde relacionados ao calor
De acordo com a veterinária, é importante ter cuidado para não confundir qualquer sintoma com um quadro respiratório. “O ideal é considerar o histórico. O dia estava muito quente, o animal passeou sob o sol ou o local em que está ou estava é muito abafado, então, as chances de que a temperatura deles esteja alta é grande”, analisa.

Além disso, ela destaca que deve ser observada a respiração ofegante excessiva (ou qualquer respiração ofegante em coelhos), respiração rápida, tremores, salivação, inquietação excessiva e falta de apetite prolongado. “Animais com hipertermia apresentam temperaturas acima de 40°C (o normal varia entre 37,5° a 39,3°C). A hipertermia pode trazer danos renais, cardíacos e musculares ao cão, ele pode acabar entrando no que agente chama de uma síndrome de acidose e em casos extremos pode levar até a morte", esclarece.

Anotou as dicas? Agora, é hora de aproveitar esse calor da melhor forma com seu bichano!