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Políticas ambientais da Nestlé têm falha exposta por investidor; saiba o que é

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Nestlé é uma das maiores empresas alimentícias do mundo  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 26/04/2023, às 07h01   Cadastrado por Vinícius Dias


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Uma das maiores empresas alimentícias do mundo, a Nestlé teve suas políticas ambientes expostas por análise de investidor, que alegaram a existência de um grave ponto cego nelas.

A empresa vive uma onda de críticas aos seus planos e ações de redução de danos para o clima global. Na última quinta-feira, em sua assembleia anual de acionistas realizada em Lausanne, na Suíça, esse foi um dos temas da pauta dos 1.257 participantes do encontro.

No mesmo dia, as organizações Changing Markets Foundation, de responsabilização corporativa, e Mighty Earth, ambientalista, divulgaram um relatório em que reiteraram a urgência de a multinacional estabelecer metas específicas para a redução das emissões de metano.

Esse é considerado o principal “ponto cego” do plano climático da múlti suíça: ela é uma das maiores fornecedoras globais de leite ao mercado consumidor, mas não tem qualquer meta de redução ou mitigação do metano - um poluente 80 vezes mais danoso para a atmosfera do que o gás carbônico - emitido pelas vacas leiteiras.

A Nestlé já se comprometeu a cortar em 50% suas emissões de gases de efeito estufa até 2030 e se tornar neutra em carbono em 2050. A empresa é também o mais recente foco das ações do movimento Climate Claims Watch, que, de tempos em tempos, tem eleito organizações para pressioná-las por mudanças em seu envolvimento com a emergência climática. Antes da Nestlé, o alvo do movimento foi a Fifa.

Desde que o Acordo Global de Metano, de 2021, jogou luz sobre a necessidade de se envidar esforços específicos para a redução das emissões deste gás, poucas empresas anunciaram metas para a redução das emissões de metano. A maior parte das que anunciaram compromissos são do setor de petróleo, enquanto no setor agrícola apenas a Danone divulgou seu compromisso este ano.

Sem um plano e uma ação clara para a redução das emissões de metano em sua cadeia de suprimentos, apenas mantendo a estratégia atual, a Nestlé só deverá cumprir com no máximo 21% de sua meta de redução das emissões de gases de efeito estufa, que é de cortá-los pela metade até 2030, em relação ao nível de 2018, segundo análise do Corporate Climate Responsibility Monitor 2023.

Em nota enviada à Valor Econômico, a empresa afirmou que “mantém seu roadmap para clima e está focada em reduzir suas emissões para atingir a meta net zero, que está no caminho certo. O pico de carbono já foi ultrapassado e as emissões da companhia foram reduzidas a um nível abaixo dos registrados em 2018. A Nestlé continuará investindo em pesquisa e desenvolvimento, em iniciativas de sustentabilidade e em projetos que estimulem a adoção de práticas de agricultura regenerativa em toda sua cadeia de fornecedores”.

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