Acidente

Gari atropelado na Pituba: advogado pede júri popular

Roberto Viana // Bocão News
Vivaldo Amaral, que representa a Revita e o trabalhador, encaminha hoje petição ao MP-BA  |   Bnews - Divulgação Roberto Viana // Bocão News

Publicado em 05/02/2014, às 06h16   Priscila Chammas


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O advogado Vivaldo Amaral - que representa a empresa Revita e o gari Raimundo de Souza, que foi atropelado na Pituba em 16 de janeiro e acabou perdendo uma perna - entrará hoje com uma petição no Ministério Público da Bahia, solicitando que a estudante de Medicina Samya Rodrigues, de 25 anos, seja denunciada por tentativa de homicídio e levada a júri popular. 

"Um trecho muito importante do depoimento dele, ontem, pode desembocar para o juri popular. Ele disse que o carro só não o matou porque o colega o puxou antes de ser atingido pela terceira vez e ter a cabeça esmagada", disse Amaral.


Por isso, o advogado defende que não foi acidente, e sim uma tentativa de homicídio. "Só nao aconteceu a morte por  circunstancias alheias à vontade da motorista", disse, evitando afirmar, no entanto, que Samya teria cometido o ato propositadamente. 



Outro fato destacado por Vivaldo é que a estudante se ausentou do local do acidente, segundo ele, para não fazer o teste do bafômetro. Para o advogado, a justificativa apresentada pela acusada é um história mal-contada. 

"O amigo dela, que é médico, diz que a retirou do local para acalmá-la, levar para o hospital. Mas será que os médicos do Samu que estavam lá cuidando de um caso tão mais grave, que era o gari com a perna estilhaçada, não teriam competência para dar um  remedinho pra ela ficar mais tranquila? Precisava ter ido para um hospital?", questiona.

Também em conversa com o Bocão News, o delegado Nilton Tormes, que cuida do caso, informou que solicitou imagens da produção da festa que a estudante estava antes do incidente, para verificar se ela estava fazendo uso de bebidas alcoólicas. No entanto, acrescentou que até o momento todos os depoimentos dão conta de que ela não apresentava sinais de embriaguez. 

"Solicitamos também imagens de outros locais que ela transitou, para fazermos a nossas verificações. Provar isso é complicado, já que ela não foi submetida aos testes na hora", disse o delegado. Segundo ele, isso aconteceu porque a polícia só foi informada do fato cerca de quatro horas depois, após os colegas de trabalho de Raimundo fazerem a ocorrência na Transalvador. 

Tormes evita afirmar que Samya saiu do local para não fazer o teste do bafômetro e frisa que a estudante chegou a ser fotografada debruçada sobre a vítima, tentando prestar socorro. "O Samu tinha que atender o caso mais grave, que era o de Raimundo", lembrou. E finalizou: "Se ela bebeu ou não bebeu, isso não vai isentá-la da responsabilidade. Ela vai ter que responder do mesmo jeito. A bebida só agrava a pena". 


Publicada no dia 4 de fevereiro de 2014, às 11h50

Classificação Indicativa: Livre

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