Saúde

CRO-BA revela que serviço público de saúde bucal atende 20% dos soteropolitanos

Publicado em 22/10/2015, às 11h58   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



Na semana em que se comemora o dia do Cirurgião-Dentista o Conselho Regional de Odontologia da Bahia (CRO-BA), através da Comissão de Saúde Coletiva e Pública, realizou uma análise sobre a cobertura de Saúde Bucal na cidade de Salvador. No município menos da metade da população total tem atenção básica de saúde bucal, só cerca de 20% da população são cobertos pelo serviço municipal. Na atenção básica o primeiro contato da maioria da população carente é com o dentista. 
O “doutor” é o responsável por dar as orientações gerais de higiene e também por sanar aquela interminável dor de dente. É função dele, ainda, identificar problemas de média complexidade, como a realização de um canal e problemas gengivais, para encaminhamento aos Centros Especializados de Odontologia (CEOs). A Prefeitura de Salvador realizou em 2011, concurso público para equipe de saúde bucal, porém só foram chamados 150 dentistas de atenção básica, que não cobre à necessidade de prevenção e atenção a saúde bucal do município.
Para Dr. Mateus, que é o Presidente da Comissão de Saúde Coletiva e Pública do CRO-BA os dentes são a vitrine do rosto. Demonstram não só o status de felicidade da pessoa como a qualidade do atendimento de saúde prestado a ela. Por anos, o Brasil foi considerado o país dos desdentados. Apesar dessa realidade estar mudando, algumas regiões permanecem em situação precária. Em Salvador, são aproximadamente 150 equipes de saúde bucal, cada equipe é responsável por uma média de 3.500 pessoas, deixando assim 80% da população desassistidas pela rede pública de saúde bucal. O resultado é PSF sem profissional e muita reclamação, existe uma recomendação da Promotora de Justiça Dra Rita Tourinho ao município para que toda equipe de saúde da família tenha uma equipe de saúde bucal, o que ampliaria imediatamente para 38% a cobertura de assistência a saúde bucal de Salvador. Sabe-se que não é o ideal, porém seria uma medida emergencial para a atual situação de descaso da prefeitura. 
Município ainda tem concurso vigente
A ausência de profissionais suficientes para suprir as comunidades nas quais estão instaladas as unidades de PSF desemboca em um velho problema da saúde pública: as filas para conseguir marcação de consulta. Para visitar um dentista, muitos soteropolitanos precisam sair de casa de madrugada e esperar algumas horas em frente ao posto. Depois, conseguem agendamento para meses à frente. 
Salvador tem um concurso vigente, realizado em 2011 e com validade a até 2016. Segundo o CRO-BA a prefeitura alega a falta de infraestrutura e alto custo da folha de pagamento do município, porém já foi identificado junto à promotora Rita Tourinho que a gestão administrativa municipal mantém a existência de vínculos precários. A promotora ainda recomendou a equiparação do número de equipes de saúde da família com equipes de saúde bucal, o que não vêm sendo a realidade nos postos de atendimento.

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