Salvador

Líder LGBT nega que cursos de línguas incentivem turismo sexual

Imagem Líder LGBT nega que cursos de línguas incentivem turismo sexual
Paulete Furacão diz que intenção do governo é ajudar grupo a deixar vida de prostituição  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 15/03/2013, às 07h13   Redação Bocão News (@bocaonews)




Desde que foi anunciada pelo governo, a oferta de cursos de inglês e espanhol exclusivos para o púbico de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros (LGBT) de Salvador causou polêmica e deixou muita gente com a pulga atrás da orelha. Afinal, se esta parcela da sociedade está marcada pelo trabalho com a exploração do sexo, dotar os LGBT de competências em línguas estrangeiras não os incentivaria a continuar a seguir este caminho? A coordenadora do núcleo LGBT da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), Paulete Furacão, diz que o objetivo não é este.
Paulete, nomeada coordenadora do núcleo no ano passado como o primeiro travesti empossado pelo Governo da Bahia na história, explica que a medida visa um público específico que, por sofrer historicamente com o preconceito, pode aproveitar a oportunidade para começar a trilhar outros caminhos que não a exploração do sexo. A escolha de investir neste segmento, afirma a coordenadora, já se sabia polêmica desde a concepção e a discussão não surpreende os entes públicos.
“Tudo o que faz referência ao público LGBT sempre vai ter uma polêmica. O núcleo LGBT entende que precisamos qualificar estas pessoas. O espaço público é fechado e, por conta disto, muitas dessas pessoas não podem ter oportunidade. Muitas sofreram bulling na escola exatamente por conta de sua condição desde cedo. Pensando nesta situação, entendemos que elas têm dificuldade de ingressar no mercado de trabalho. Então a ideia é a de fazer uma reparação”, explica a gestora.
Entretanto, Paulete Furacão admite que há de fato a possibilidade de alguns beneficiados não seguirem as recomendações de usar os cursos como uma porta de entrada para uma vida mais digna e resolvam continuar na prostituição. “O Estado é laico e cada ser humano tem um objetivo na vida. O governo faz a sua parte. Nós temos mais de 50 cursos, de línguas inclusive, para todo tipo de público”, argumentou. A representante da secretaria explica também que a procura pelo curso para os LGBTs está grande e que o a SJCDH recebe muitas ligações diárias solicitando mais detalhes sobre como fazer parte das turmas.

As aulas começam no próximo dia 18 de março, com 35 vagas para cada um dos idiomas oferecidos. São 80 horas de aulas. Após a formatura das duas primeiras turmas, o curso voltará a ser ministrado, prevê o governo.  Os interessados devem procurar informações no Centro de Educação em Direitos Humanos da SJCDH, localizado na Rua Bráulio Xavier, 57, no Corredor da Vitória.

Publicada no dia 14 de março de 2013, às 15h30

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp