Salvador

Jardim das Margaridas: 57 famílias são retiradas de apartamentos após desapropriação

BNews/ Adesilson Nunes
Ação aconteceu após determinação judicial para reintegração de posse  |   Bnews - Divulgação BNews/ Adesilson Nunes

Publicado em 01/08/2019, às 13h00   Aline Damazio



Cerca de 57 famílias que moravam no condomínio Residencial Jardim das Margaridas, que faz parte do programa 'Minha Casa, Minha Vida’, na Rua Joaquim Ferreira, Jardim das Margarida foram retiradas dos apartamentos que ocupavam há um ano, na manhã desta quinta-feira (1).

A ação acontece após determinação judicial para reintegração de posse solicitada pela Caixa Econômica em janeiro, deste ano e contou com a participação de policiais federais, militares e defensoria pública federal.

Durante o cumprimento da ordem de reintegração, alguns dos moradores alegaram que se inscreveram no programa 'Minha Casa, Minha Vida', mas com a demora de receber os apartamentos decidiram se organizar e ocupar as moradias. "Eu tenho dois filhos, trabalho fazendo faxina e estou inscrita no Minha Casa e Minha Vida desde 2014. Algumas pessoas de onde eu morava, em Águas Claras, receberam o apartamento aqui e eu vim também. Eu vou ficar esperando a minha casa até quando? Hoje tive que sair e estou morando de favor com meus filhos", relata, a diarista Irenilce Silva, 37 anos.

Um representante da Defensoria Pública União (DPU) acompanhou a reintegração de posse informou que os moradores contarão com alguns auxílios. "As famílias que estão nessa situação de retirada dos imóveis podem se inscrever no auxílio-aluguel e receber valor mensal de R$ 300. Também terão um caminhão fornecido pela Caixa para fazer a mudança e um galpão para guardar os imóveis. Acompanharemos todo o processo, principalmente para atuar quando as pessoas comprovarem que tem os documentos solicitados e o direito de continuar nos apartamentos. Aqui foram três pessoas nessa situação”, informou André Porciúncula, defensor público da União.

Uma delas é a diarista Rosinalda de Carvalho, 31 anos. Ela alegou que estava regular, mas quase foi despejada também. "Eu estou com o apartamento no meu nome, com uma liminar concedida pala justiça que consegui com auxílio da Sedur. Hoje, oficias e policias entram em minha casa e nem me deixaram explicar que eu tinha que uma liminar. Só diziam que meu nome estava na lista e tinha que sair. Quando já estava retirando meus móveis, o defensor público interviu e viram a documentação, aí me deixaram eu ficar”, relata após o susto.

Policias federais e militares continuam no local sem horário definido de saída. O objetivo é que todos os apartamentos ocupados irregularmente sejam desocupados.

A assessoria da Caixa Econômica Federal informou que a reintegração de posse de 57 imóveis do residencial das Margaridas tem amparo legal e objetiva a retomada das residências que foram ocupadas irregularmente antes mesmo da assinatura dos contratos e da entrega das chaves aos beneficiários contemplados pelo programa Minha Casa Minha Vida a que eram destinadas.

Segundo relatos dos moradores ao BNews, eles não ofereceram resistência para sair dos imóveis, mas programam um protesto para essa sexta-feira (2) no local para reclamar da demorada na liberação para alguns dos inscritos nos apartamentos do programa 'Minha Casa Minha Vida'. Os moradores que foram desapropriados do local estão na casa de parentes ou amigos sem saber que casa irão morar.

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