Salvador

Comerciante histórico do Pelourinho pede mais investimentos: “nos ofereçam condições de trabalho, promovam grandes eventos para atrair o público”

Vagner Souza/BNews
Como o comércio não vive só de verão, ele pediu uma maior diversidade de eventos fora dessa época  |   Bnews - Divulgação Vagner Souza/BNews

Publicado em 13/12/2018, às 22h27   Márcia Guimarães



Uma das figuras históricas do Pelourinho, o comerciante Clarindo Silva comemorou a nova etapa do Pelourinho Dia e Noite, lançada nesta quinta-feira (13) pela gestão de Salvador. “Eu acho que é um projeto que tem uma importante proposta para atrair o público para o Centro Histórico. Dentro desse projeto, temos que buscar fortalecer a perspectiva do baiano se apropriar desse espaço fantástico, onde cada esquina que a gente pisa, respira um pouco ou muito da cultura”, indicou o empresário.

Mas nem só de elogios foi a fala dele. O comerciante destacou que o Centro Histórico é “o maior conjunto arquitetônico barroco da América Latina, um patrimônio da humanidade”, mas não é visto assim pela comunidade baiana. Clarindo reclamou que muitos falam da violência no local, mas o “Pelourinho é a área mais bem policiada do Estado da Bahia, tem batalhão, delegacia do turista e 12 câmeras monitorando a área”. Na avaliação dele, a sensação de insegurança vem de um problema social, e não policial, que é a abordagem constante de pessoas vendendo ou pedindo algo. 

Com o Pelourinho Dia e Noite, ele disse que a perspectiva é a melhor possível para o comércio, pois estão chegando o verão e o Carnaval, e os turistas estão querendo conhecer a região também por causa da novela global Segundo Sol. Como o comércio não vive só de verão, ele pediu uma maior diversidade de eventos fora dessa época.

“Precisa ter eventos fora desse período, como a Festa da Benção, que acabou. Parece que o Pelourinho foi feito só para a alta estação. Nós temos que ter a sensibilidade que o Pelourinho precisa ser oxigenado os 365 dias do ano, ter sustentabilidade para não vivermos o drama que estamos vivendo. São 189 estabelecimentos comerciais de portas fechadas, de Santo Antônio Além do Carmo até a Rua da Misericórdia. Além disso, 99 estabelecimentos estão para serem despejados por causa de uma dívida de R$ 30 milhões com o Governo do Estado”, contabilizou Clarindo. 

Ele ressaltou que os comerciantes da região querem que as autoridades tenham sensibilidade para ver que eles estão ali resistindo: “tenham um olhar diferenciado, nos ofereçam condições de trabalho, promovam grandes eventos para atrair o público, pois é isso que vai oxigenar a nossa economia”.

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