Salvador

Com prejuízo que ultrapassa R$ 280 mi, Integra aciona Justiça para "equilibrar" contrato com a prefeitura de Salvador

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Segundo superintendente do consórcio, houve uma evasão no número de passageiros pagantes; integração com metrô e transporte clandestino seriam as causas  |   Bnews - Divulgação Arquivo / BNews

Publicado em 19/03/2018, às 14h30   Redação BNews


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O impasse entre a Associação das Empresas de Transporte de Salvador (Integra) e a prefeitura de Salvador continua na Justiça. Em entrevista ao BNews, o superintendente da Integra, Orlando Santos, afirmou que o consórcio pode devolver o serviço de transporte para o Município, pois tem amargado um prejuízo milionário.

Ao site, Orlando relata que a Integra acionou a Justiça por causa de um desequilíbrio contratual. “Houve uma decisão liminar do juiz, na última sexta-feira, solicitando que prefeitura faça o cálculo do valor da tarifa, do final de 2016, quando foi feito um estudo pela empresa Deloitte, contratada pela prefeitura”, diz. 

E continua: “O desequilíbrio já existe há algum tempo em função da redução de passageiros pagantes”, detalha. Ele explica que a empresa calculou o custo dividindo o número de passageiros pelo valor da tarifa. A apresentação dos dados, incluindo a quantidade de passageiros pagantes, deve ser feita em 30 dias.

Segundo Orlando, a quantidade de passageiros que usam o serviço continuou estável, no entanto o número de passageiros pagantes, por causa da integração com o metrô, teve uma evasão. Soma-se ainda ao problema o transporte clandestino, que de acordo com Orlando, não tem sido combatido pela “prefeitura com eficácia”.

“O que pedimos na Justiça é que, caso não seja refeito o equilíbrio desse contrato, a prefeitura reassuma o contrato, porque não temos condições de manter a prestação do serviço. Precisamos fazer a correção em itens do contrato em função da nova realidade. Se a Justiça não determinar o equilíbrio, o município terá que reassumir”, explana.

Para reportagem, ele revelou que o valor do dano pode ultrapassar os atuais R$ 280 milhões. “Os balanços das empresas são publicados todos os anos. Três empresas em conjunto tiveram o prejuízo de R$ 280 milhões. Não foi contabilizado ainda o total de 2017 que vai ser publicado até o fim de abril”, acrescenta.

Ao prejuízo da Integra foi adicionado os 62 ônibus destruídos por incêndio em janeiro deste ano. As chamas atingiram os coletivos que estavam na garagem da empresa CSN, localizada na Avenida Santiago de Compostela, no Parque Bela Vista.

“Foi mais um agravante para situação do sistema. Existe uma dificuldade muito grande para comprar veículos novos. Uma perda que prejudica mais o sistema, desequilibra todo o sistema. Um ônibus novo, hoje, custa em torno de R$ 400 mil, é um prejuízo de cerca de R$ 24 milhões. Estamos fazendo um esforço enorme para manter a cidade com o sistema operando, com nível de qualidade bom. Mas, em hipótese alguma, iríamos cogitar prejudicar o serviço. Estamos mantendo com todo sacrifício”.

Apesar da ação, o superintendente da Integra afirma que mantem contato com a prefeitura. “Temos mantido o canal sempre aberto, como deve ser, temos conversado, mas agora tem esse elemento novo. É questão judicial. Continuamos conversando com a prefeitura sempre”, garante.

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