Política

Cármen Lúcia confessa que sofre preconceito por ser mulher

Jose Cruz/Agência Brasil
Segundo a magistrada, o preconceito continua e o Direito não resolve  |   Bnews - Divulgação Jose Cruz/Agência Brasil

Publicado em 12/11/2018, às 17h47   Redação BNews


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A ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia destacou, nesta segunda-feira (12), que uma das principais desigualdades no Brasil é a “retratada contra a mulher”. Ela contou que sofreu preconceito ao longo da vida e da carreira na área jurídica apenas por ser mulher. As declarações foram dadas em um evento na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.

Segundo a magistrada, o preconceito continua e o Direito não resolve. “O que resolve é a sociedade sabendo do preconceito e sabendo como lidar com ele. Preconceito prevalece entre minorias; sofro preconceito por ser mulher”, confessou. 

Cármen Lúcia falou sobre a importância de discutir o tema: “Essa é uma construção social da qual estamos distantes. Não é com tempo que chegamos lá. É com esforço de cada brasileiro. Não entrego a responsabilidade à sociedade por isso. Muitas vezes, nos acanhamos”. 

Como presidente do STF, ela visitou penitenciárias e constatou que a situação das mulheres é muito mais difícil. “A fila de visita a mulheres não tem quase ninguém porque muitas vezes os chefes daquelas famílias proíbem até mesmo as mães de visitarem as filhas. Que sociedade teremos com essa falta de olhar? Que sociedade queremos ter para que a gente mude?”, reclamou. Para a jurista, o Direito tem que garantir às mulheres “que elas sejam o que querem”.

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