Política

Bruno Dauster rebate Fábio Mota: "O corte dessas linhas não é sinônimo de desemprego"

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Rodoviários ameaçaram fazer "diversas manifestações" pela cidade caso as reinvindicações da categoria não sejam atendidas  |   Bnews - Divulgação BNews

Publicado em 06/11/2018, às 20h05   Henrique Brinco


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O secretário da Casa Civil do governo da Bahia, Bruno Dauster, rebateu as declarações do secretário de Urbanismo e Transporte de Salvador, Fábio Mota. O subordinado do prefeito ACM Neto (DEM) afirmou que é o Governo do Estado que está pleiteando a retirada de linhas de ônibus na capital baiana em função da integração do metrô de Salvador e do VLT do Subúrbio.
Mota disse que o Governo "abriu um procedimento para ter uma discussão no Ministério Público pedindo a retirada das linhas troncais, que fazem concorrência com o metrô". Ao BNews, Dauster afirmou que "o Governo do Estado entende que a mobilidade urbana deve funcionar em um sistema de rede, através de serviços complementares, integrados, e não sobrepostos".
"Quando a responsabilidade de construção e gestão do sistema metroviário de Salvador – Lauro de Freitas passou a ser do Estado, o Governo, junto com as prefeituras de Salvador e Lauro de Freitas, assinou um Contrato de Programa que garante a integração dos modais de transporte, de forma eficiente, assegurando melhores condições de transporte público para o cidadão", destaca.
"O documento, dentre as diversas clausulas, apresenta a necessidade do corte de linhas troncais urbanas e metropolitanas que fazem o mesmo percurso do metrô. O corte dessas linhas não é sinônimo de desemprego. O governo defende a necessidade do fortalecimento do sistema de ônibus, com maior número de viagens e linhas alimentadoras do metrô, o que evita, assim, o desemprego", explica.
Dauster afirma ainda que "essas linhas urbanas estão integradas tarifariamente, mas não funcionalmente nem legalmente, pois, sem a racionalização, negam o Contrato de Programa". "Hoje, o problema da integração está na ineficiência do transporte de urbano de Salvador, que, além de outros problemas, possui poucos ônibus. O Estado defende a racionalização do sistema e pede o cumprimento, por parte da Prefeitura Municipal de Salvador, do Contrato de Programa", completa.
Categoria ameaça fazer manifestações
Os rodoviários de Salvador que participaram de uma manifestação na frente da Câmara Municipal de Salvador, na tarde desta terça-feira (6), ameaçaram fazer "diversas manifestações" pela cidade caso as reinvindicações da categoria não sejam atendidas. Os trabalhadores temem demissões em massa com a redução das linhas de ônibus em função do metrô e do VLT do Subúrbio.

Tiago Ferreira, representante dos rodoviários e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), afirma milhares de postos de trabalho estão ameaçados. "A gente quer que a Câmara Municipal de Salvador promova uma audiência pública a fim de debater os problemas no sistema de transporte rodoviário de Salvador. Nós já perdemos 2,5 mil postos de trabalho de trabalho de rodoviários e têm uma perspectiva de perder mais 2 mil postos de trabalho. As empresas reclamam do transporte clandestino, que são mais de 2,8 mil na cidade. Em consequência disso, eles começam a tirar ônibus e tirar emprego dos rodoviários", declarou ao BNews.
O líder afirma que a categoria poderá fazer mais atos pela cidade em breve. "Já implantaram o metrô e agora, com a possibilidade de implantação do VLT, vamos ficar esperando os nossos empregos serem retirados. É o que a gente não quer. Queremos participar do debate para ver de que forma os postos de trabalho serão preservados. Se a gente não fizer parte desses debates, obviamente que vamos construir diversas outras novas manifestações pela cidade afim de chamar a atenção da Prefeitura de Salvador e da sociedade".

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