Política

Lei do Silêncio: Lídice determina que socialistas não comentem nada sobre chapa majoritária

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Enquanto faz as últimas conversas, a própria senadora não falará sobre as eleições  |   Bnews - Divulgação Arquivo BNews

Publicado em 14/06/2018, às 17h05   Luiz Fernando Lima


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A senadora Lídice da Mata (PSB) adotou uma estratégia nestes últimos dias que antecedem o fechamento da chapa majoritária aliada de Rui Costa (PT): ninguém do PSB deve comentar, analisar, avaliar ou dar declarações sobre a composição e suas implicações.

Após a reunião da tarde da última quarta-feira (13) ficou decidido que a senadora conversará com Otto Alencar, presidente estadual do PSD, com Rui Costa e Jaques Wagner, ambos do PT. A chapa será anunciada, segundo o governador, até a próxima terça-feira (19).

A decisão, conforme apurou o BNews, está tomada. O que falta é o ajuste e este ajuste pode acarretar em mudança naquilo que foi decidido. Parece confuso e é. Explica-se: as cartas postas na mesa criam cenários que podem desarrumar o jogo. 

O fato de o PSD ser a principal força política aliada ao projeto pesa, contudo, os outros partidos que compõem o “colegiado”, principalmente, os de centro-esquerda estão convencidos de que é preciso dar um recado ao grupo de Otto.

A ideia é que todos os partidos devem crescer em condições iguais de modo que não haja um protagonista exclusivamente beneficiado com as escolhas.  A história de que o PSD está se tornando maior que o PT, líder do processo político no estado, não agrada nem mesmo aos petistas.

O senador Otto Alencar nega qualquer possibilidade de “força a barra” neste sentido. Mas o fato de ter a presidente da Assembleia Legislativa com Angelo Coronel, da UPB com Eures Ribeiro, o maior número de prefeitos eleitos e uma chapa de pré-candidatos aos legislativos federal e estadual com chances reais de crescimento coloca uma pulga atrás da orelha dos aliados.

Quadros políticos do agrupamento dizem que os méritos pelas vitórias eleitorais de 2016 dos pessedistas devem ser compartilhados com o governo, pois as secretarias estratégicas ocupadas pelo partido (Seinfra e Sedur) foram fundamentais para êxito.

Saídas — Quem apostou que a disputa eleitoral para prefeitura de Salvador estava na mesa, errou. Existem outras dificuldades postas que precisam de solução. Entre as quais está a engenharia política para eleger Bebeto Galvão.

Como já noticiado por Levi Vasconcelos em A Tarde e pela Tribuna da Bahia, e lá atrás pelo BNews, a expectativa de votos de Bebeto para deputado federal com a entrada de Lídice da Mata na disputa é de queda. 

As costuras para que uma das suplências seja ocupada por um socialista estão sendo confeccionados por PT, PSD e PSB. O problema é que PDT, PCdoB e PR já haviam “solicitado” o espaço.

O ex-governador da Bahia e principal articulador político da composição política, Jaques Wagner (PT), tem dito que o “problema é bom, pois tem mais jogador do que lugar no time”. Isto se tudo for conduzido de forma madura e harmônica. 

Mas quando os espaços são escassos e o que está em jogo é a sobrevivência política, o cenário que se desenha é de “o meu pirão primeiro” e para além disso o “grito” de quem fala mais alto é o que se impõe quando o impasse não se resolve no argumento. E isso sempre provoca traumas.

Os próximos dias serão decisivos para a definição da chapa completa. Já com os respectivos suplentes. Embora o favoritismo do grupo seja anunciado até mesmo pelos adversários, os insatisfeitos que não terão como “sobreviver politicamente” podem fazer do “problema bom” um problemão.

Resta saber qual será o tom narrativa do Palácio de Ondina, de Wagner, de Otto e da própria Lídice após o anúncio. Ato contínuo e se confirmando uma das suplências para um quadro do PSB, ficará ainda a pergunta: como os outros aliados irão reagir.

ALBA — Uma coisa é certa, o governador já avisou o PSD que se a vaga do Senado ficar com eles, a presidência da ALBA em 2019 muda de partido. 

Classificação Indicativa: Livre

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