Política

Marun aciona PF contra blogueiro acusado por ofender sua honra

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Jornalista afirma que baseou seu texto na delação feita por Lúcio Funaro  |   Bnews - Divulgação Folhapress

Publicado em 21/05/2018, às 06h35   Folhapress


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O ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) recorreu à Polícia Federal para abrir um inquérito e provocar a intimação e o depoimento de um jornalista e blogueiro no Mato Grosso do Sul. 

Marun peticionou à PF em outubro, quando era deputado pelo PMDB-MS e integrava a tropa de Temer no Congresso.

Edivaldo Bitencourt, 43 anos, dono do blog O jacaré, teve que depor na Superintendência da PF em Campo Grande (MS) por ter divulgado um texto em seu blog que o ministro julgou ofensivo à sua honra.

Bitencourt, na profissão há 21 anos e formado em jornalismo pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), negou à PF que o texto seja ofensivo ou que tenha incorreções. 

Publicado sob o título “Cunha mantinha bancada mediante mesada e propina, mas Marun era fiel só por ‘amor’, diz delator”, o texto descreveu o depoimento do corretor Lúcio Funaro feito como parte de seu acordo de delação homologado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

O blogueiro afirmou que todo dia posta reportagens sobre política regional e processos envolvendo crime organizado, e que baseou seu texto na delação feita por Funaro.

O advogado de Bitencourt, Vanderlei Porto, disse que “a evidente intenção” do então deputado foi “pressionar o jornalista no exercício de suas funções”.

O advogado de Marun fez a petição argumentando que o deputado foi vítima de crimes de “calúnia, injúria e difamação”. 

A Folha indagou ao ministro porque ele resolveu acionar a PF. Por meio de sua assessoria, Marun respondeu: “Além do dano moral, existem os crimes de calúnia, injúria e difamação. Fiz representação na Polícia Federal de MS por ser deputado federal e pensar que as circunstâncias desta nota mentirosa mereciam ser bem avaliadas, já que agrediam a minha atuação parlamentar”.

Em nota, a Superintendência da PF em Campo Grande disse que o inquérito busca “responder se o fato narrado poderia se configurar como crime e se teria sido praticado contra servidor público federal (equiparado) no exercício de suas funções”. 

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