Política

Governador pede “menos correria” na política para evitar sangria

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O clima entre Lídice e Coronel não está belicoso, contudo, há uma disputa legitima em curso e esta não interessa ao governo   |   Bnews - Divulgação Arquivo BNews

Publicado em 19/04/2018, às 17h20   Luiz Fernando Lima


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O governador Rui Costa (PT) resolveu segurar o processo de montagem da chapa majoritária após conversar com seus principais conselheiros políticos. Declarou, nesta quinta-feira (19), que as convenções serão em julho e não há necessidade de acelerar decisões neste momento.

O petista conversou com o PP na última segunda-feira (16) para definir a posição dos progressistas na chapa. Embora não tenha oficializado publicamente, o martelo foi batido e o atual vice-governador, João Leão, permanecerá ocupando o mesmo lugar na chapa.

Equacionado o PP, Rui assistiu ao acirramento da disputa por uma vaga ao Senado. A senadora Lídice da Mata (PSB), que busca disputar a reeleição, promoveu um encontro da Executiva estadual para reafirmar o anseio e recebeu o apoio do sindicato dos petroleiros. 

O presidente da Assembleia Legislativa, Angelo Coronel (PSD), que busca confirmar a participação na chapa, teve hipotecado o apoio à sua pré-candidatura por representantes de diversos sindicatos de trabalhadores e tem a preferência dentro do partido.

O presidente estadual da central sindical UGT, Magno Lavigne, esteve com Coronel no ato político desta quinta-feira (19). Ressalta-se que a UGT é uma central ligada ao PSD. 

O clima entre Lídice e Coronel não está belicoso, contudo, há uma disputa legítima em curso e esta não interessa ao governo neste momento, conforme aliados do próprio Rui Costa.

Com a saída de ACM Neto (DEM) da chapa majoritária de oposição, os articuladores da chapa do petista avaliam que não há necessidade de autoflagelo. Seria um erro político estratégico promover uma batalha antecipada.

Neste sentido, a reunião do conselho político que estava combinada, mas não marcada, foi adiada. Ao menos, esta é a informação pública. Para dentro, as conversas não param. 

Outra vaga — As tratativas para composição majoritária do “bom problema”, como dizem os governistas, não cessam em Lídice e Coronel. Há a possibilidade de os dois estarem lado a lado na chapa.

A cada dia em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva permanece preso, cresce entre os petistas o anseio por discutir o “plano b”. O nome do ex-governador Jaques Wagner está entre os dois do PT que podem assumir a tarefa de substituir e ser apoiado pelo ex-presidente.

Os diretórios do PT no Nordeste defendem que chegou a vez da região comandar o processo interno. Em São Paulo, Fernando Haddad (ex-prefeito da capital), é um quadro valorizado, mas não apontado como “bom candidato” à presidência. Não tem a unanimidade dentro da própria base. 

Diante de tantas incertezas foi colocada a necessidade de desacelerar o ritmo de montagem para saber qual será o tabuleiro no qual Wagner irá jogar. 

Não é impossível, portanto, Lídice e Coronel ocuparem as vagas para disputar o Senado.

Preocupação — Assunto que causa calafrios e repulsa no Palácio de Ondina é a extensão da Lava Jato. As denuncias contra Wagner no caso da Arena Fonte Nove foram tratadas como infundadas e combatidas fortemente pelo ex-governador, mas não existem certezas quanto ao que pode estar por vir. 

Seria contraproducente, em última análise, ignorar os tentáculos das operações judiciais e policiais e eventuais impedimentos futuros. Embora rechacem quaisquer possiblidades e reafirmem a tranquilidade de quem, segundo os próprios, não cometeu crime algum.

Aliados — Outra razão para dar mais tempo à discussão é a movimentação de outros partidos do agrupamento político. PR, PCdoB e PDT disputam as suplências e começam a dar declarações sobre isso.

A engenharia que parecia simples começa a se mostrar mais complexa e ainda não se definiu a chapa ou chapas proporcionais e tampouco dinheiro para campanha. 

Classificação Indicativa: Livre

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