Deputados estaduais do MDB devem anunciar saída do partido nesta segunda (26)

A bancada estadual do MDB se reúne nesta tarde para alinhar o discurso de desembarque. Os quatro deputados tendem a deixar o partido após semanas de discussões. David Rios, Leur Lomanto Júnior, Hildécio Meirelles e Pedro Tavares buscam uma forma de manter a unidade do grupo, contudo, dois deles ainda permanecem com dúvidas sobre a saída do partido.

As acusações que recaem sobre Geddel Vieira Lima e Lúcio Vieira Lima, com as malas encontradas no ‘bunker’ contendo mais de R$ 51 milhões, criaram inúmeras dificuldades para os deputados que buscam reeleição ou outro cargo eletivo. A situação jurídica dos irmãos Vieira Lima incide diretamente nos planos do quarteto.

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Outra questão que cria um ambiente pouco propício à continuidade dos deputados é a restrição imposta pelos coordenares políticos da possível candidatura do prefeito ACM Neto (DEM) ao governo estadual. Embora ainda não tenha anunciado se vai ou não disputar o Palácio de Ondina, o presidente nacional do DEM lidera as oposições baianas e não quer vinculação com os irmãos.

Por outro lado, os deputados que deixarão o MDB ainda não sabem qual o destino. Esperam a definição de Neto e das costuras político-partidárias que estão sendo realizadas neste momento nos bastidores. O DEM e o PSDB são os partidos mais “visados” para receber o grupo, contudo, uma articulação com o PR pode fazer com que seja este o atracadouro.

Decisão — Em conversas com Lúcio Vieira Lima, os deputados afirmam que a saída está pacificada. Cada um pensando na sua própria vida política e ninguém vai se sacrificar pelo outro.

Isso quer dizer o deputado federal, acusado de suposta quebra de decoro parlamentar, tende a ficar isolado no PMDB. O partido tem a maior cota do fundo eleitoral e o maior tempo de televisão.

Contudo, as duas “vantagens” eleitorais acabam não sendo suficientes quando colocadas na equação de prós e contras.

Destino — O passo atrás dado por Ronaldo Carletto que optou por continuar no PP não tirou o PR do radar do prefeito de Salvador ACM Neto. O partido tem aproximadamente a metade do tempo de televisão que o demista deixaria de ter com o veto ao MDB na majoritária.

Neste sentido, não seria surpresa se a conversa com José Rocha, Jonga Bacelar e José Carlos Araújo (atual presidente estadual da legenda) avançasse e chegando a um “bom termo” o PR passaria a ser o destino dos quatro deputados estaduais.

Ressalta-se que Leur Lomanto Júnior será candidato a deputado federal. Ainda é interessante a situação de José Carlos Araújo que entrou numa disputa com o senador Otto Alencar (PSD) e enfrenta dificuldades para ‘amarrar’ os votos.