Política

Teixeira de Freitas: “lixo milionário” é alvo de investigação por ilegalidades, crime ambiental e fraudes

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Contrato supera R$ 12 milhões  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 16/03/2018, às 21h00   Juliana Nobre


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Contratos para administração de aterros sanitários e gestão de coleta de lixo viraram balcão de negócios em diversos municípios brasileiros. Na Bahia não é diferente. Contratos milionários sempre vem à tona, principalmente, em ano eleitoral. Em Teixeira de Freitas, um esquema envolve o prefeito Temóteo Brito (PSD), seu filho Fabian Brito e a empresa Construpolli Construtora e Incorporação Ltda.

Um mistério envolve a referida empresa: ela é vencedora da maioria dos editais em municípios no Extremo Sul baiano. Muitas vezes como contratos emergenciais e dispensa de licitação. Em Eunápolis fez o transporte escolar. Em Teixeira de Freitas, veículos da empresa realizam a coleta de lixo.  

O caso está sendo investigado pelo Ministério Público Federal por suspeita de fraudes e crime ambiental. Isso porque um funcionário da Construpolli revelou que a coleta do lixo hospitalar descartado, e que também é realizado pela empresa, é feita juntamente com resíduos domésticos, e que o lixo hospitalar teria destinação igual aos demais resíduos. Esse tipo de descarte é proibido por lei.

A relação entre a prefeitura e a empresa ainda envolve outra polêmica. De acordo com a denúncia do ex-funcionário, a Construpolli tem “relações familiares”. Ele contou que prestou serviços ao filho do prefeito em uma oficina mecânica e o pagamento foi realizado pela Construpolli. 

Em outro momento, o prefeito teria tentado prolongar o contrato milionário com a Construpolli. No início do ano passado, a prefeitura divulgou edital para o recolhimento do lixo hospitalar. A empresa TRRR Saneamento e Gestão Ambiental LTDA venceu dois lotes: um de R$ 368.160,00 e outro de R$758.880,00. Segundo a empresa, nada foi questionado no ato da escolha. Contudo, o tempo foi passando e a TRRR nunca foi chamada para efetuar o serviço, sob a alegação de que estava “sob apreciação do prefeito”.

Contudo, em setembro de 2017, a prefeitura divulgou novo edital para o mesmo serviço, anulando o ato do início do ano, mas foi impedida por decisão judicial. 

Nos extratos de contratos e aditamentos entre a prefeitura e a Construpolli, divulgados pelo site Opinião Pública, mostram os altos valores repassados à empresa. Somente neste extrato, os valores superam os R$ 12 milhões.

O BNews tentou contato com o prefeito e seus assessores durante toda a semana, mas as ligações não foram atendidas. Nenhum contato foi retornado.

A reportagem também tentou contato com a Construpolli, mas não foi atendida.

Com informações dos sites Opinião Pública e Extremus 21

Classificação Indicativa: Livre

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