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Ex-servidor da Sedur de Camaçari faz acusações contra Juliana Paes, que nega irregularidades

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Titular da Sedur diz que vai processar as pessoas que estão fazendo denúncias falsas  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 19/02/2018, às 12h19   Aparecido Silva


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O caso investigado pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) na cidade de Camaçari sobre um suposto esquema de cobrança de propina a empresários do ramo imobiliário dentro da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Sedur) ganhou mais um capítulo. Reportagem publicada pelo site Camaçari Alerta relata que o ex-servidor da Sedur, Edmilson Jesus das Dores, endossou as denúncias já apuradas pela Promotoria de Justiça do município.

Em seu depoimento, Dores, que atuou na pasta entre 2010 e fevereiro de 2017, contou que foi colocado à disposição sem nenhum motivo. Para completar, continua o ex-funcionário, foi substituído por servidores comissionados escolhidos pela titular da Sedur, a secretária Juliana Paes. Edmilson Jesus das Dores ainda disse que o marido da secretária, Aridã de Souza Carneiro, atuava no órgão atendendo o público como se funcionário fosse.

“Tinham fortes indícios que isso tudo era para ‘montar’ um esquema de corrupção, ou seja, de arrecadação de propinas", teria dito o ex-servidor, conforme publicação do site local.

Dores também mencionou casos de assédio moral praticado por Juliana Paes contra servidores da secretaria. “[As vítimas] Foram assediados por Juliana mediante agressões e ameaças, colocados também à disposição e substituídos pelos funcionários comissionados desconhecidos”, narrou o ex-servidor.

O outro lado

Procurada pelo BNews, a secretária Juliana Paes da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente de Camaçari rebateu as acusações feitas por Edmilson Jesus das Dores. “Esse servidor e outro, Carlos Alberto, foram colocados à disposição do TRE para trabalharem no recadastramento biométrico a partir de dois ofícios que recebemos neste sentido da Secretaria da Administração (Secad), que requisitou quatro  funcionários da Sedur para ajudar a Justiça Eleitoral. Disponibilizamos esses dois”, disse a titular da Sedur.

De acordo com Juliana, a escolha dos funcionários foi feita a partir de avaliação das funções e atribuições que os servidores exerciam na Sedur e por conveniência e oportunidade da administração pública.

"Outros efetivos, inclusive dois arquitetos, também foram disponibilizados à Secad, dentro de uma reestruturação administrativa promovida pelo novo modelo de gestão da Sedur, onde foram priorizados a desburocratização e a transparência, requisitos fundamentais para se combater as distorções no setor público. A informação que os efetivos foram substituídos por comissionados não procede, mesmo porque as funções e atribuições dos servidores estão definidas regimentalmente”, assegurou a secretária.

“Acho engraçado, pra não dizer irresponsável, essa acusação de haver ‘indícios’, - ou seja, sem nenhuma prova - de que o objetivo das mudanças era para ‘montar um esquema de corrupção’ na Sedur, quando o que a nova gestão fez foi justamente adotar medidas para combater ‘esquemas’ eventualmente existentes na área. Implantamos o portal da secretaria para registrar todos os atendimentos nos processos, os pareceres em sistema de protocolo, dando transparência total. Quando assumimos, a maior queixa era justamente essa falta de transparência e excessiva burocracia”, detalhou, indagando: “Qual o interesse dessas pessoas afastadas de fazer tanta questão de permanecer na Sedur?”.

Juliana negou ainda ter praticado assédio moral contra servidores. “A Prefeitura existe para servir os 300 mil moradores de Camaçari e não para atender quatro ou cinco servidores que tiveram seus interesses contrariados”, disse a secretária, que está movendo ações de calúnia e difamação contra todas as pessoas que estão apresentando denúncias falsas contra ela.

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