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Na Sombra do Poder: não te encontro

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Os bastidores da política baiana  |   Bnews - Divulgação Arquivo BNews / Reprodução

Publicado em 15/02/2018, às 05h50   Editoria de Política


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Não te encontro

Governador e prefeito costumam se encontrar em alguns eventos públicos durante o ano. Um deles é a Lavagem do Bonfim, o segundo é na abertura do Carnaval, depois tem títulos e cerimônias nas casas legislativas. Mas, ao menos, na folia momesca não rolou. Rui foi para um lado. Neto para o outro. Exemplo de que a disputa eleitoral que se avizinha já provoca seus efeitos separatistas. 

Já dizia

A saída do Ilê Aiyê, no sábado de Carnaval, é outro ponto de encontro. Em 2017, Neto foi vaiado. Neste ano, nem lá apareceu. Os próprios aliados diziam que era desnecessário passar por lá já que o Curuzu, durante a noite de gala do bloco afro, é reduto político próximo ao PT. 

É bonito de se ver

Ambos os gestores pré-candidatos marcaram pontos com a população quando financiaram atrações sem cordas no Carnaval. Embora haja quem critique, com razão, que o investimento caberia à iniciativa privada, principalmente, para os artistas economicamente viáveis, não há como negar que a festa agradou.

Será que vai para escuridão

Um observador da política soteropolitana pergunta: o diretor da Iluminação está apagado? Será que vai para escuridão. Júnior Magalhães diz que não, mas…

Na claridade

Neto sentenciou que quer Zé Ronaldo na chapa. O prefeito de Feira diz que tem interesse em disputar o Senado, mas pode ser escalado para postular o governo caso o prefeito de Salvador desista.

Um aliado pesado

Quanto pesam R$ 51 milhões roubados? O peso na balança interessa menos que o peso político. Aliados de Neto dizem que não querem o MDB na chapa. “Temos que ver qual será a necessidade do tempo de TV e do fundão de financiamento, porque certamente o peso é enorme”. 

Não adianta

João Leão, ele de novo, decretou que o PP daqui marchará com Rui. 

Chorar…

Mas o líder dos pepistas na Câmara, deputado federal Arthur Lira (AL), esteve por aqui desfilando com Paulo Azi (DEM) e Neto. Por lá, a simpatia é com o prefeito. Mas, segundo Leão, ninguém vai meter a colher no PP da Bahia.

Fazendo conta

João Dória (PSDB), prefeito de São Paulo e pré-candidato ao governo estadual de São Paulo, jurou amor à Bahia em sua passagem pelo Carnaval de Salvador. Veio no último dia e se gabou de conhecer a folia baiana de outras épocas. Desde antes do trio elétrico. Conta besta feita por esta coluna: Dória nasceu em 1957. Já o Fobica de Dodô e Osmar data de 1950. Uma bobagem separam os sete anos.

Luís Eduardo

Neste 2018, fazem 20 anos da morte do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Luís Eduardo Magalhães. O atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que também esteve por aqui no último dia de Carnaval, enalteceu o político baiano, morto em 1998, e prometeu realizar uma homenagem ao filho do clã Magalhães. Neto ficou visivelmente emocionado com as palavras de Maia.

Boa folia

Um coração de mãe. Assim foi o resumo feito por quem passou pelo camarote da Câmara de Salvador. Muitos jornalistas que por lá passaram elogiaram a receptividade feita, inclusive melhor do que o camarote do prefeito, que deixou muita gente de bico seco até de água mineral. Os organizadores foram Kiki Bispo (PTB), Felipe Lucas (MDB) e o vereador licenciado Geraldo Júnior (SD).  

Na folia

Por falar em Câmara, flagramos nas redes sociais dois vereadores fantasiados em meio da folia. Aladilce com sua peruca rosa e Silvio Humberto com sua roupa de Gandhi.

Novo projeto

A escola de samba Paraíso do Tuiti causou alvoroço após sua passagem na Marquês de Sapucaí com um enredo crítico sobre a escravidão no Brasil e seu carro alegórico amplamente divulgado nas redes sociais no qual representa o presidente Temer como o ‘vampirão’ e teve também os patos da Fiesp com ventríloquos. Os comentários foram de todos os lados enaltecendo e a rebaixando. Petistas e simpatizantes de um lado e anti-petistas do outro. Mas uma postagem do jornalista baiano Jeremias Silva nas redes sociais, em tempos de discussão de controle e censura de determinados assuntos de cunho político, chamou atenção: Será criado também um projeto de lei da Escola de Samba Sem Partido? Vamos esperar para ver...

Tentando ser POP I    

Em ano eleitoral vale tudo, né? Bem... quase tudo. O pernambucano João Roma, chefe de gabinete do prefeito ACM Neto, se esbaldou na folia. Pré-candidato à Câmara dos Deputados, Roma não teve o frevo das terras pernambucanas, mas, em bom baianês, 'meteu dança' desde sarrada a até descidinha ao chão. Os registros estão nas redes sociais.

Tentando ser POP II

E o aparato da prefeitura de Salvador foi todo utilizado para a “cobertura do carnaval” dos secretários do prefeito. Quem esteve no praticável do BNews na segunda-feira de carnaval achou que ali era o Palácio Thomé de Souza em uma típica segunda-feira de trabalho. De assessores, fotógrafos, cinegrafistas e os papagaios de piratas contavam-se mais de 30 pessoas.

Tentando ser POP III

Quem realmente ficou POP foi o prefeito ACM Neto. Onde chegava levava uma multidão. E não era de foliões, mas de secretários, vereadores e funcionários da prefeitura. Já o governador Rui Costa chegava “sozinho” aos camarotes e praticáveis da imprensa.

Calma aí

Apesar de não confirmar que é candidato a deputado estadual, o vereador Leo Prates já adiantou que não vai se afastar da presidência da Casa para se dedicar à campanha. A lei permite. Logo, não há o que questionar. Mas quem achou que iria sentar na cadeira por alguns dias, se enganou. Falando em cadeira, Leo foi enfático: “quem se antecipar às eleições, não terá meu apoio”. E ainda brincou que “querer sentar, sem eu ter levantado, aí não dá”.

Abraço de urso

Dois dos candidatos à presidência da Câmara Municipal resolveram publicar uma foto para mostrar que não há rusgas. O abraço de ursos, no entanto, tem potencial para asfixiar. Geraldo Junior e Kiki Bispo operam nos bastidores... a conferir.

Sem samba-reggae

Todo Carnaval tem sua polêmica, fato. Esse não foi diferente, uma delas foi a tentativa de retirar o equipamento de transmissão da TVE. O assunto técnico se tornou político. Foi um tal de release do grupo rival a Neto acusando a prefeitura de perseguição. Por outro lado, o grupo de Neto se defendia. Antes do imbróglio e do disse-me-disse, a equipe do BNews flagrou o diretor do Iderb, Flávio Gonçalves, e o secretário Cláudio Tinoco batendo bola sobre o assunto. Não deu samba-reggae.

Sumido

Entre os que não apareceram na festa está o deputado federal Antônio Imbassahy (PSDB). Quando estava na Secretaria de Governo, dizia que os compromissos em Brasília o afastavam de Salvador. Agora que saiu de lá, não participou da principal festa do seu reduto eleitoral. Enfim... se for candidato a federal como se desenha, o tucano perdeu a oportunidade.

Essa loucura? 

O Carnaval é um tempo de exageros, mas pera lá e vamos devagar com o andor porque, como se sabe, o santo é de barro. Três milhões foi o número de pessoas que, segundo a assessoria de Igor Kannário, seguiram-no, quando ainda tinha voz e não havia sido cortado pela prefeitura, na pipoca. Numa conta rápida é muito fácil ver que há aí uma intenção de se autopromover e superestimar. Relaxe, velho, vá com calma.

No vácuo de Geddel 

Antônio Brito (PSD) disse em alto e bom som que está muito próximo do prefeito de Itapetinga Rodrigo Hagge e tentando trazê-lo para a base de Rui. Informação que logo foi negada pelo próprio Hagge. Mas a pedra já havia sido cantada por Brito ao informar que ele [Rodrigo] tinha que ter toda cautela em falar sobre isso por conta dos irmãos Vieira Lima. Ora, Rodrigo Hagge é do MDB, mas é mais ainda ligado aos irmãos.

Esse trio elétrico tem um quê de navio negreiro

A segregação racial/social que se vê há anos no carnaval de Salvador recebeu trajes menos velados em 2018 graças à “façanha” do bloco Eva – que colocou cordeiros amarrados pela cintura ao mais asqueroso estilo colonial. A novidade previa que os profissionais estariam “unidos pelo uso de cintos interligados por cordas elásticas”. Qualquer semelhança disso com o poema ‘Navio Negreiro’ de Castro Alves é mera coincidência:

"Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!"

Classificação Indicativa: Livre

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