Política

Lula quebra silêncio sobre ministra ligada a milicianos do RJ

Foto: Ricardo Stuckert
Grupo político de ministra do governo Lula é ligada a diferentes milicianos do RJ  |   Bnews - Divulgação Foto: Ricardo Stuckert

Publicado em 03/03/2023, às 09h11   Cadastrado por Vinícius Dias



Dois ministros do União Brasil são motivos de dor de cabeça para o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ao todo, o partido conta com três chefes de Estado na Esplanada dos Ministérios. Uma delas é Daniela Carneiro, a Daniela do Waguinho, que se tornou problema para Lula por conta de sua relação com milicianos no Rio de Janeiro.

Em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, da BandNews, o presidente admitiu que ela poderá ser demitida caso a ligação dela com milicianos seja além de fotografias. "Por enquanto eu acho que não é maior do que isso. Se aparecer evidência que seja [maior do que uma foto], sairá do governo". Lula, no entanto, afirmou que é grato a Daniela pelo apoio nas eleições.

Reportagens da Folha em janeiro mostraram que a ministra manteve elo político com o ex-PM Juracy Prudêncio, conhecido como Jura, condenado por comandar uma milícia na Baixada Fluminense, e o ex-vereador Marcio Pagniez, o Marcinho Bombeiro, preso preventivamente sob acusação semelhante.

A ministra tem repetido que o apoio político recebido do ex-PM e do ex-vereador não significa compactuar com eventuais crimes cometidos por eles.

O ex-cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro foi preso em 2009 sob acusação de chefiar uma milícia, chamada Bonde do Jura, que praticava, segundo a Justiça, ameaças, extorsões e homicídios em bairros de Belford Roxo, Queimados, Nova Iguaçu e São João de Meriti, cidades da Baixada Fluminense.

Ele também é acusado de matar um jovem em Nova Iguaçu em razão de uma briga entre a irmã da vítima e a namorada de um dos integrantes do Bonde do Jura. Ele foi condenado em 2014 pelos dois crimes a penas que, somadas, chegam a 26 anos de prisão.

A ministra mantém elo político com outros dois outros acusados de chefiar milícia em Belford Roxo (RJ).

Antes de ser nomeada por Lula, Daniela fez campanha no último ano ao lado do vereador Fábio Brasil, o Fabinho Varandão, e de familiares do ex-vereador conhecido como Marcinho Bombeiro. Os dois foram presos em razão das suspeitas.

Respondendo às acusações em liberdade, Varandão compõe desde 2021 o secretariado da Prefeitura de Belford Roxo, comandada por Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho (União Brasil), marido da ministra. Atualmente ele está na pasta de Ciência e Tecnologia.

Marcinho Bombeiro segue preso, mas sua irmã e seu pai também foram nomeados na prefeitura. Os dois também tiveram participação ativa na campanha da ministra no ano passado e foram anfitriões de um comício no bairro em que, segundo o Ministério Público, atuava a chamada Tropa do Marcinho.

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